THOR

17.

NANDA

Acordo sentindo beijos que sobem da base da minha coluna até minha nuca. Me viro ficando de costas pro colchão pra fazer isso parar e eu poder voltar pro meu sono. Estou tão cansada... bem, isso já virou rotina depois da gravidez. Tenho que me policiar pra não cochilar no hospital pois mesmo trabalhando de dia agora eu sinto muito sono.

Os beijos retornam agora no meu pescoço, mas eu tento fingir que não estou sentindo pra ver se eles param.

- Acorda dorminhoca - a voz grossa de sono do Thor soa no meu ouvido - Tenho certeza que a rapaziada já tá acordada. Se você já sentisse eles ia ver, eles devem estar dando cambalhota e chutando uns aos outros ai dentro.

- Não! - digo me virando novamente de costas pra ele - Eles querem dormir como a mãe deles.

- Mas o pai deles quer brincar com a mamãe agora - ele diz e mais uma vez fala no meu ouvido - Tem coisas que nós não fizemos ontem que eu quero fazer hoje.

- Olha Thor - digo me virando pra ele, agora bem mais acordada do que eu estava a 2 minutos - Ontem a noite foi bem divertido. Realmente divertido. Mas é isso, sem reprise, replica ou replay.

- Você quer jogar toda minha pesquisa no lixo, sério? - ele me pergunta e eu não posso acreditar que ele está falando sério - Ontem você pareceu aprovar ela todas as vezes que você gozou loucamente!

- Ontem foi bom, eu já disse - falo me sentando na cama - Mas nós somos pais e nos envolvermos só vai atrapalhar tudo... E quando o sexo diferente perder a graça ou quando eu tiver de resguardo e você não tiver sexo comigo isso entre nós vai acabar, e só quem vai sofrer serão os bebês.

- Então eu sou seu sex drive? - ele se irrita e se senta ficando de frente pra mim - Ontem no calor do momento: 'tudo bem, vamos lá!'. Hoje na luz do dia você não me quer mais... Eu só sou bom pra você em banheiros de bar, estacionamentos e cinemas escuros?

- Você está ficando louco? - pergunto - Thor, você é o pai dos meus 3 filhos e é claro que eu queria que nós fossemos mais que isso mas eu sei que é impossível!

- Por que tem que ser impossível? - ele segura minhas mãos - Eu quero que isso dê certo e você acabou de dizer que também queria, nós podemos fazer isso funcionar!

- Mas tem a Alana - digo de uma vez.

- Ela me chutou a bastante tempo - ele diz se aproximando - Eu não falo com ela desde que eu voltei e nem tenho vontade de falar pra ser sincero. Antes de tudo isso, de Alana e bebês.. bom, eu te considerava uma boa amiga, por assim dizer, nós podemos voltar aquilo. Somos bons juntos. E se você também quiser me chutar... eu prometo agora que isso não vai interferir em quão bons pais nós seremos.

- Tem certeza? - eu realmente queria tentar mas tenho medo de isso acabar ferindo os bebês. Ou o meu coração.

- Por você vale a pena arriscar - ele diz sorrindo - Você quer namorar comigo?

- Ta, podemos tentar - suspiro.

- Papai e mamãe estão junto rapaziada! - o Thor me ignora e começa a falar animado com a minha barriga - Somos oficialmente uma família agora. Mas é melhor eu trazer minhas coisas logo antes que ela mude de ideia.

- Trazer suas coisas? - pergunto indignada - Pelo amor de Deus, Thor, nós estamos namorando só!

- Eu não falei.. - ele diz pra minha barriga e se endireita na cama - Fernanda Araújo, você não acha que nós já adiantamos um pouco essa parte? Nós não podemos agir como se hoje fosse nossa pagina 1, nós temos mais história que isso.. Eu morar com você é o logico e natural.

- Mas..

- Se você quiser podemos encontrar uma casa maior ou algo do tipo.. Mas eu realmente não quero estar longe dos meus irmãos ou da Pê.

- Eu não quero me mudar - digo finalmente.

- Bom, pois se você quer namorar mesmo comigo tem que ser nesses termos. Iremos morar juntos de uma vez. Eu juro me esforçar por você e pelos bebês, nós vamos ser uma família e eu não quero estar longe de vocês. Eu não quero perder nada da sua gravidez ou do crescimento deles - ele respira fundo e eu não sei o que dizer sobre tudo isso - Então? É pegar ou largar baby.

Eu não consigo desviar meu olhar de seus olhos verdes que eu amo tanto. A covinha que me conquistou esta distante de ser vista por causa de sua expressão séria. Eu não posso negar mais, pelo menos pra mim mesma, que eu amo esse homem desesperadamente.

- Quando você vai fazer a mudança? - pergunto e vejo a covinha aparecer aos poucos.