Senti que suas mãos envolveram minha nuca e se enredaram no meu cabelo. Fiz o mesmo com uma das minhas e mantive a outra apertando-a contra mim. Seus lábios estavam úmidos e com gosto de lágrimas e vibravam com seus gemidos a medida que eu esfregava minha língua na sua. Meus coração rugia nos meus ouvidos como um tambor.

  — Josh, não... — Ela me implorou — Só vai tornar isso mais difícil para mim, por favor...

— Por favor, Alison?! — Literalmente a sacudi pelos ombros, aquilo simplesmente não podia estar acontecendo. Como alguém pode terminar o namoro contigo porque te ama? — Por favor, você! Você quer saber de uma coisa? Eu não estou terminando nada! — Eu estava esbravejando na maldita rua, algum paparazzi podia ter se embrenhado na segurança para fotografar a região e nos pegar, mas eu não podia mais ficar em silêncio — Você não pode vir aqui me dizer que me ama e ir embora, porque isso não é certo! Pode querer terminar comigo por qualquer outra razão, menos porque você me ama, ok?

  — Me desculpa, Josh... — Caralho, ela estava soluçando e eu podia ver a dor nos seus olhos e isso só tinha o poder de me abalar — Eu só não posso... — Não a deixei completar a frase, estava determinado demais a impedi-la de fazer algo que só ia machucar a nós dois.

—O que eu preciso fazer para você entender? — Lhe dei uma última sacudida para ver se ela conseguia captar minhas palavras — Você quer meu coração? Beleza! É todo seu! Fica com ele, porque não tem mais ninguém no mundo para quem eu queira dá-lo mais que para você... Porra, Alison, eu tenho me doído por dias, por semanas, por amar você e ter medo de te machucar. E sabe o que mais? Eu penso na gente juntos.. Eu penso em casar com você e penso em ter filhos com você... E eu quero dúzias deles, na verdade a gente pode fazer bebês todo dia que eu não ligo. Mas o que eu mais quero, acima de tudo, é saber que você vai estar lá para mim e vai me deixar estar lá para você... — Segurei firmemente sua cabeça para que a mensagem chegasse claramente — Eu quero você, Alison.

— Ma-mas e o acordo? — ela perguntou com os lábios tremendo e eu só podia pensar em beijá-los.

— Esquece o acordo. — Ergui minha cabeça prestes a fazer exatamente o que eu queria — Ele é estupido, eu sou um estupido. — Me curvei outra vez. — Eu amo você, neném.

Vi ela abrir muito os olhos e como ficaram mais vermelhos, dessa vez a ponta do seu nariz também corou. O acordo foi uma idiotice desde o começo e só fez colocar empecilhos entre nós, fizemos regras que nenhum dos dois obedeceu, sentimos coisas que afirmamos que nunca sentiríamos e tudo por medos infundados e inseguranças pessoais e eu estava cansado daquilo.

— Me ama? — sua voz foi pouco mais que um chiado. Afirmei com a cabeça com um meio sorriso e lhe dei outro beijo. — É bom você estar falando sério, Josh, porque eu não choro com frequência.

— É claro que amo. Te amo... como as flores amam o sol, Alison. — Me lembrei do que meu pai me disse lembrando de Olivia Rayder e saindo da sua decadência bêbada no meio da madrugada e senti vibrando nas minhas veias o quanto aquilo podia ser poderoso — E como a terra ama a chuva.

Alison esticou as mãos que antes se empurravam e depois se apoiavam no meu peito e as colocou em volta do meu pescoço, fazendo relâmpagos soarem na minha cabeça ao me beijar vorazmente, sugar os lábios ao redor da mina língua e tomar de mim tudo o que eu podia dar ali fora. Seu sabor, verão e tempestade, invadia minha boca e me intoxicava. Doce, quente e minha, finalmente. 

"Pegue o meu coração, neném." Eu pensava enquanto a deitava no capô do conversível "Seja o meu coração."

  — Ca-ham... — Ouvi o pigarro atrás de nós e a perna que se apoiava sedutoramente no meu quadril se abaixou como num toque de mágica — Acho que vocês não podem fazer isso aqui fora... — Meu pai chamou nossa atenção para onde estávamos e recobramos a realidade, creio que o segurança me ouviu falando alto e o informou, fazendo-o vir até ali fora. Nos levantamos de rosto aceso e sem conseguir sequer dar um sorriso brincalhão. — Alison, você quer entrar e esperar até o almoço?

Juventude à flor da peleWhere stories live. Discover now