Capítulo 34 - Tudo muda o tempo todo

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Claro que Alfonso não deixou Anahí tão fácil e claro que os dois se amaram por mais de uma vez. Os dois tinham tanta saudade que mal conseguiam pensar no dia seguinte, nas complicações que poderiam ter. Quando a noite chegou Alfonso despertou ao lado de sua amada com o telefone tocando. Deixou o quarto para atender a ligação na sala.

— Poncho precisamos conversar – Considerou Cláudia nervosa do outro lado da linha – Estou na sua casa, meus pais chegaram e você – Respirou fundo – Onde você está? – Questionou o fazendo respirar fundo.

Alfonso não tinha a menor das vontades de deixar Anahí e Lorena para visitar os ex futuros sogros, mas conseguia entender o tamanho de sua responsabilidade naquela situação, ele em impulso os fez viajar para o conhecer, estavam na cidade por sua culpa, precisava ser cordial e depois terminaria tudo.

—Estou indo Cláudia, daqui a pouco estarei em casa e falaremos desse jantar – Respondeu sem saber ao certo o que fazer.

Cláudia se deu por satisfeita, ao menos não passaria pelo vexame dos pais não conhecerem o noivo, depois veria como resolver a questão que atrapalhava sua vida naquele momento. Do outro lado da linha, Alfonso passava as mãos no rosto tentando uma saída sem traumas a ninguém, mas ao se virar notou que jamais conseguiria. Anahí tinha a expressão fechada, os braços cruzados e o olhar mais frio que ele notou na vida.

— Sai da minha casa – Disparou baixinho.

— Anne! Eu explico – Considerou sabendo que ela havia escutado a conversa e interpretado como qualquer um interpretaria, qualquer pessoa que não conseguisse ler seus pensamentos.

— Eu não quero explicações, eu quero que saia daqui – Considerou o fuzilando com os olhos.

— Você escutou a conversa, eu sei que escutou e entendeu errado – Tentou se aproximar, mas ela recuou o impedindo de se aproximar.

— Eu não entendi nada errado aqui, eu entendi que dormi com um cara comprometido – Disparou o olhando nos olhos – Alfonso você será bem-vindo na minha casa, como pai da minha filha, mas é apenas isso – Alfonso negou com a cabeça – Agora sai daqui por favor? – Pediu mais uma vez e ele assentiu sabendo que ela jamais o deixaria explicar.

— Vai sumir com a minha filha? – Questionou irritado por não poder se explicar mais uma vez.

— A menina assustada de anos atrás está morta Alfonso, eu preciso matar ela a cada dia em nome da felicidade da minha filha, se por ela preciso te olhar... então ficarei aqui e te olharei todos os dias, mesmo que isso me doa – Alfonso a olhou procurando a Anahí de anos e só conseguiu ver uma mulher ferida a sua frente.

— Eu nunca quis te fazer mal – Considerou sem saber ao certo o que dizer.

— Talvez querer não seja o bastante – Respondeu ainda o encarando. Alfonso assentiu, passou por ela rapidamente a caminho do quarto, recolheu suas roupas se vestindo o mais rápido que pode.

— Posso pegar a Lorena amanhã para mais uma tentativa com a minha mãe? – Questionou querendo quebrar o gelo. Anahí assentiu, nem mesmo o encarou. Ele pode notar o esforço que ela fazia para não chorar e isso acabava com ele. Saiu fechando a porta, coração aos pedaços.

Nos dois dias que se seguiram Anahí não conseguiu se afastar de Lorena, era seu refugiu. Alfonso se trancou no escritório, o trabalho era seu alento, onde mal conseguia pensar. Chegava cedo e saia tarde, não queria ver ninguém, não queria falar a respeito de nada. Cláudia o acompanhou em sua rotina a distância, a verdade é que o mal humor de Alfonso não permitia que ninguém o questionasse.

Era sexta feira e Anahí precisava tomar aas rédeas de sua vida, a visita a fábrica havia se adiado e Lorena não parava de questionar o porquê o pai não ligava e não fora mais a ver.

Recomeçando Atráves do AmorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora