—  Mais! Josh, preciso de mais! — Alison rogava com um chiar de dentes, arranhando meus ombros e mordendo meu queixo e logo choramingando dolorosamente. — Por favor... Por favor, Josh.

...

Meu próprio gemido gutural me despertou violentamente. De olhos bem abertos, conferi cada canto escuro do meu quarto, intimamente temendo estar sendo observado e sem ver absolutamente nada no escuro, apenas sequei o suor da testa e tentei respirar regularmente sentindo o toque frio da umidade exagerada nos meus lençóis.

— Puta merda. — Sussurrei na escuridão ao tocar a viscosidade que manchava o tecido antes de simplesmente enrolá-lo numa bola e arremessá-lo no chão. — Puta merda! Porra!

Existem coisas que colocam um sujeito a prova, eu nunca fui muito controlado. Deus sabia que minha mãe sempre implorou que eu controlasse meu temperamento e eu tentei guiar minhas maneiras explosivas do meu melhor jeito depois que ela morreu. Contudo, ali deitado na cama, acordado do sonho mais vívido que eu jamais tive, no meio da noite e com a adrenalina a mil, eu não podia dizer que meu dia começou bem. Definitivamente não.  Nada apagava o gosto dela da mina memória e nada conseguia superar a tempestade de verão que era aquele beijo.

Porra! Foi tudo tão real que eu realmente sentia o gosto dela pulsando nos lábios.

— Inferno! — Eu não conseguia deixar de amaldiçoar.

Reconheci que estava obcecado. Meu estado de espírito era o mais próximo de um gorila frustrado e com fome ou de um urso com a pata machucada. Jamais imaginei o que a frustração sexual podia fazer em um sujeito, ou eu realmente precisava me tratar. Era evidente que as coisas estavam estranhas para o meu lado, quero dizer, Alison representava uma espécie de desafio supremo para mim, ela fazia-me sentir como um cão e uma bola, eu simplesmente tinha que persegui-la e aquilo me deixava muito irritado e ao que parecia ela se divertia muito em me ver irritado - a filha da puta -, me empurrando nos meus limites em frases cortantes, mais provocações e desafios. Me deixando prosseguir com a minha sedução, mas em algum momento me interrompendo pois "ainda não podia ir mais adiante". O fracasso me abatia estranhamente e eu não conseguia mais rolar para o lado e dormir de novo, por mais que tentasse com afinco.

O fato de eu não conseguir tratar as coisas do meu modo convencional me incomodava como um espinho no dedão, mas o fato de que eu não queria simplesmente desistir e encarar o fato de que talvez Alison não estivesse ao meu alcance de repente me assustava. Não era um simples caso de correr atrás de um par de pernas de saia, mas já se tornava algo pessoal para mim ou alguma coisa bem semelhante a isso, o que já era assustador por si só. Uma complicação a mais.

Quero dizer, eu não era nada especial. Era só mais um cara, talvez tivesse lá o meu charme, mas não era como nos livros e por mais que você, como um cara, cresça aprendendo que é incrível ser quem você é, as vezes todas as coisas simplesmente se reúnem pra chutar a sua bunda e tudo que se pode fazer é estar ali e aguentar. Eu não era nenhum astro do time de futebol, nem era um cara romântico, não tinha nenhum talento formidável além da minha teimosia e eu já tinha minha cota de complicações para adicionar essa obsessão por Alison Heart à lista de "porquê a minha vida estava uma merda até ali". Encontrar um meio de tornar a vida mais fácil, era isso que eu gostaria. 

Estiquei meu braço até a mesinha e  agarrei meu celular, discando lentamente e sabendo que aquela era a pior hora que eu podia ligar para alguém, mas eu estava determinado a não sofrer sozinho.

— Alô? — O som do gemido sonolento do meu melhor amigo foi como um coro de libertação.

—  Dev... Sou eu. — Disse lentamente, pois em seu estágio de sono se falasse rápido Devon simplesmente não entenderia.

Juventude à flor da peleHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin