Juventude à flor da pele

Capítulo 8

Com música alta e bebida rolando solta, o lugar era uma mistura  divertida de cores, tecidos iluminados pela luzes estroboscópicas e enfeites ruidosos que se sacudiam dando gargalhadas e acendendo os olhos quando passávamos diante deles, cabeças balançando como som das melodias mixadas pelo DJ e cheiro de bebida, vômito e baseado. 

Mas o aniversariante caprichou, fizeram open bar com um bartender animando os convidados com flaires variados e surpreendentes, o balcão de vidro estava cheio de garrafas coloridas de bebidas variadas e pequenas taças de martíni cheias de uvas verdes e roxas, plumas e bolinhas de acrílico pendiam do teto e inúmeros balões de gás hélio decoravam os cantos com cartões escritos "divirta-se e cause risadas". Penduraram faixas coloridas nas paredes e pequenos pedaços de espelhos que ao se chocarem com as luzes produziam um efeito incrível sobre os convidados. Porra, que vontade de dançar que a batida dava. Eu era um grande amante do rock n roll, mas sabia admirar o pop music quando a situação exigia... E caramba, Nelly Furtado sabia cantar!

"In the day, in the night say it righ, say it all/

You either got it or you don't you either stand or fall"

A maior parte das meninas estava parada, conversando animadamente, outras dançavam na pista e outras estavam apenas se agarrando com outros rapazes ou até com outras meninas pelos corredores. Jackson surgiu do nada, na minha frente, dançando agitadamente, fantasiado de Drácula. Parecia animado demais e suspeitei que fosse o efeito do álcool. Alguém havia batizado algumas bebidas. Ou subornado o bartender.

— Josh! Você veio!— ele gritava por causa do volume alto, a voz extremamente aguda e engraçada por causa do balão de gás hélio — Valeu, amigão...

— Tem bastante gente! — eu gritei de volta. Olhava em volta pra ver se conseguia identificar algum conhecido no meio de tantas cabeças.

— Convidei uns vizinhos também...! — E os vizinhos convidaram os parentes, pelo visto.

— Ok! Eu vou dar uma volta. Curtir a festa!

Ele me olhou, tentando entender o que eu havia dito e depois afirmou com a cabeça dando uma tragada no ar do balão.

— Está na piscina! — eu não entendi se ele não havia entendido ou se eu ouvi errado.

— O que?

— Rox está na piscina!

— Eu disse que vou curtir a festa! — Gritei.

Ele ergueu as sobrancelhas e finalmente entendeu.

— Ah, tá! Valeu!

Fui caminhando por entre as pessoas e tentando reconhecer o rosto de alguém com quem eu pudesse conversar. Em verdade, eu procurava Devon ou Eric. Reparei que alguém teve a ideia genial de por pequeninos globos de vidro pendurados no lustre e isso causava um show de luzes no salão de dança que puseram no interior da casa, me deu um pouco de fome então fui até a mesa de bufê e provei uns canapés de pasta de queijo cottage e presunto cru e peguei uns macarons coloridos. A mesa estava praticamente nua, ao invés de toalha, cobriram-na com um papel verde picotado bastante divertido. 

Uma mão morena e esbelta se esgueirou diante dos meus olhos e agarrou um cake pop. A garota me parecia conhecida, com um vestido branco e um colar de pérolas, o cabelo preto preso no coque, era quase a Vilma do desenho... O fato de eu simplesmente não me lembrar o nome dela me deixou perplexo, quer dizer eu era uma pessoa comunicativa e gostava de conhecer o maior numero de colegas possível. Eu sabia que ela estudava comigo. 

— Eu conheço você... — disse por cima da musica alta — Você estuda em Beverly Hills High School.

— Ah, — se não fossem as luzes estroboscópicas eu poderia jurar que ela ficou enrubescida — sim. Mas não fazemos as mesmas aulas, você não deve saber quem eu sou.