— Ah... Sexo também? — Apertei os punhos, assumindo a minha parcela de culpa em tudo aquilo — Eu achei que ela tivesse aprendido alguma coisa sobre o assunto na escola.

— Até aprendeu, Josh... Mas você sabe que é diferente, na escola eles te ensinam a biologia da coisa, mas não falam dos aspectos emocionais. Muitas das amiguinhas dela falam sobre essas coisas com tanta expectativa que chega a ser entristecedor e outras agem como bebês, e a Mad tem medo por que está bem no meio de tudo isso. Ela me disse coisas das quais ouviu falar e me assustou a quantidade de mentiras que as pessoas podem dizer e que meninas como ela podem ouvir e acreditar. — Aquilo era apenas a verdade aberta na mesa. Madelyn não era mais uma criancinha, mas ainda guardava essa inocência e podia acreditar quando alguém falava o que não sabia apenas para parecer que sabia. E parte disso era minha culpa e do nosso pai. Porque ela estava indo a passos muito mais largos do que estávamos prontos para soltá-la. — Eu tentei explicar que não era bem aquilo tudo que ela pensava, mas eu não sou a mãe dela, Josh. — Alison continuava — Isso é algo que você e seu pai precisam resolver e Mad precisa de ajuda. — O sinal tocou encerrando o intervalo — Vocês precisam falar com ela.

Nos levantamos e fomos caminhando para a aula de filosofia. A última do dia. E eu me sentia estranhamente pesado para continuar com o assunto.

— Eu sei, mas... É complicado pro meu pai. — Tentei uma fraca defesa no caminho, mas ela não me respondeu e fomos para a aula. — Eu vou tentar falar com ela. — Prometi antes que o professor entrasse.

No fim da aula, Jackson se levantou e gritou:

— Festa a fantasia na minha casa no sábado! Todo mundo convidado! — Todos que ouviram soltaram um gritinho, mas Alison apenas me encarava como se perguntasse "Que porra...?".

— Alison... Alison. — chamou Jackson surgindo a nossa frente — Você vai, né? Por favor, diz que vai...

Ela abriu e fechou a boca duas vezes.

— Ah... Não sei, Jackson... Tenho que ver com meus pais.

— Ah, por favor... Preciso de garotas bonitas lá... Quanto mais, melhor.

Ela sorriu com o elogio.

— Vou tentar. — Prometeu.

— Obrigado... — ele sorriu pra ela, como se esperasse um beijinho da menina bonita. 

Olhei o mais ameaçadoramente que pude e ele fingiu que ia falar com Gale.

— Você vai? — perguntei.

— Vou... — ela olhou pra mim levantando as sobrancelhas e empinando o nariz pequeno e delicado, desdenhando.

— Então por que disse que não sabia?

— Porque posso mudar de ideia na última hora... — Respondeu encolhendo os ombros com seu jeitinho displicente e foi pegar sua mochila no armário.

Levei-a até seu carro no estacionamento. Um Porsche Panamera prateado com uma placa traseira que dizia "Todo meu". Ri com isso. Era um modelo de três anos atrás, mas era tão bem polido que bem podia ser o carro de um espião clássico. Nada que superasse a modernidade do meu Audi S6 novinho, que eu amava com a minha vida.

— E o que vai usar na festa? — Perguntei enquanto Alison entrava no veículo, ela apenas sorriu e deu a partida, saindo logo depois e me deixando ali, sacudindo a cabeça em descrença.

Na sexta-feira, Madelyn me despertou avisando que eu deveria levá-la e a mais duas amigas no shopping depois das aulas, no mesmo instante tentei pensar em alguma maneira de cancelar. Entenda-me, adoro a minha irmã, de coração, mas quando Madelyn se unia as suas amiguinhas faladeiras e barulhentas o meu dia se tornava um inferno na Terra! 

Juventude à flor da peleWhere stories live. Discover now