Capítulo 5 - Primeira festa, primeiro erro

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De acordo com Gregory, o melhor dia era na quinta-feira, já que serviam pizza de três sabores diferentes na hora do almoço. Já Oliver disse que a melhor parte eram as aulas de música, que contavam com uma apresentação para levantar fundos para a viagem e festa da formatura dos últimos anos. Os garçons perguntava-nos se queríamos algo e, como sempre aceitávamos, depois de um tempo eles apenas reabasteciam nossos copos. Estávamos rindo de uma das palhaçadas de Gregory quando Juliette apareceu na mesa, desacompanhada e descabelada.

— Brise, quero te apresentar uma pessoa. Vem cá!

Não tive tempo de responder, pois ela havia me puxado do meu lugar com uma força sobrenatural e meu cérebro estava lerdo devido a minha ingestão alcoólica para poder esboçar alguma reação. Fomos para uma área com sofás espaçosos, ocupados por poucas pessoas. Em um deles havia um garoto sentando de maneira prepotente, como se fosse o dono do lugar e todos devessem respeitá-lo. Quando notou nossa aproximação, levantou-se e veio nos cumprimentar, no entanto, ele só olhava para mim enquanto falava com Julie.

— Obrigado por me apresentar uma garota tão linda quanto ela, Julie – agradeceu a minha amiga enquanto depositava um beijo em minha mão, que fiz questão de limpar na minha roupa.

— Ela é mesmo, vê se não pisa na bola – Juliette largou-me com o desconhecido e voltou para o cafajeste que chamava de namorado.

— Brise é um nome bastante exótico – ele disse, olhando-me de forma bizarra. — Eu me chamo Elliot, ao seu dispor.

E foi assim, com menos de trinta palavras trocadas com um total desconhecido, que eu me vi na pista de dança. Tocava uma música eletrônica e eu pulava descompensada, surpreendentemente divertindo-me, quando de repente senti um par de mãos agarrarem fortemente a minha cintura. Elliot debruçou-se sobre mim e tentou beijar-me a força, enquanto eu desviava de suas investidas com os braços.

— O que deu em você? Ficou maluco? – berrei após conseguir me livrar dele.

— O que deu em você, Brisa? – quase não o entendi, de tanto que suas palavras saiam arrastadas.

— É Brise, seu imbecil!

— Você sabe quem eu sou? – perguntou retoricamente. — Sou o dono disso tudo aqui. — Elliot abriu os braços, demonstrando que ele realmente era dono do lugar. Ah, as ironias da vida. — E eu quero você fora – prosseguiu. — Fora da minha casa!

Não me dei ao trabalho de respondê-lo e fui atrás dos meus amigos, determinada a ir embora o quanto antes. Andei por longos minutos e mesmo assim não os encontrava, comecei a ficar desesperada. Eu estava tonta, não conhecia ninguém e também não tinha o número de nenhum dos meus amigos. Continuei procurando-os freneticamente até me esbarrar em alguém, caindo no chão.

— Cuidado aí embaixo! – um garoto extremamente alto falou.

Eu nunca fui o sinônimo de alta, ou até mesmo de estatura mediana, mas havia algo na altura daquele garoto que não era normal. Digo, ele deveria ter seus um metro e noventa. Não que estar caída no chão e olhá-lo daquele ângulo ajudasse, mas ele continuava sendo muito alto.

Parei de observá-lo como uma pateta e tentei me levantar, no entanto, ele foi mais rápido e me puxou pelos cotovelos. Mesmo em pé, eu ainda tinha que inclinar meu pescoço para cima se quisesse vê-lo. Graças a Afrodite, eu o fiz, uma vez que aquele garoto era lindo demais para ser dado como um mero mortal.

Ele possuía cabelos louros mel, ondulados e volumoso, porém tinha um belo corte. Os olhos da mesma tonalidade do cabelo, talvez um pouco mais claros, e músculos magros escondidos por uma polo preta.

Por trás do gelo [Em revisão]Where stories live. Discover now