Amor Valioso

VALIOSO AMOR

Não foi um processo doloroso sair da Solis, eu precisava ficar sozinho para saber que homem eu sou. Nesse processo consegui enxergar o que sempre quis para minha vida - ser um quadrinista - enquanto estava exercitando meu dom, o fantasma do vovô, me atormentou algumas vezes me acusando e que me fizeram sentir raiva dele naquele momento do acidente..

E como no sonho Heloísa tomava lugar na minha mente e como um bálsamo a culpa diminuía, talvez ele não tivesse morrido se eu não ficasse descontrolado, mas meu coração a cada quadro pronto ficava em paz, eu cumpri o que ele desejava, anos da minha vida dedicado a seguradora, minha dívida com ele estava paga. É era hora de meu avô paterno ser lembrado como também fundador da Solis.

Antes de sair do meu cargo, pedi para refazer a história da Solis e colocar seu nome como o verdadeiro dono do prédio.

Também consegui junto a associação do comércio que Rui fosse homenageado, seu nome foi divulgado como empresário do ano Depois de tudo que mamãe fez, eu ainda estava em dívida com ele e Kiara, mas não vou carregar a culpa pelo os erros dela.

A morte do vovô me deixou vulnerável, eu tinha o amor dos meus pais, no entanto o casamento deles me afetaram ao ponto de não querer e não ver sentido em construir uma família, porém Heloísa e Carina despertaram em mim o poder do amor incondcional. Heloísa ama assim, sacrificou nossa relação por sua família e enfrentou mamãe além deles, por causa da nossa filha.

Agora eu as tenho para me amparar, tenho uma família. Minhas decisões serão tomadas para que os resultados sejam para fazê-las feliz.

Foram semanas me preparando para esse momento, nunca fui a dado a romantismo, porém Heloísa merecia e também despertava em mim, esse sentimento. Com ajuda de todos consegui ter esse final de semana para nós dois.

Vê-la, admirando os quadros na parede, pagou toda as noites em que eu não conseguia dormir, e em vez de brigar com minha mente, eu pintava, desenhava, me colocava de frente a tela no cavalete e dava vida a minha Isa, todas as suas versões que me fizeram apaixonar por ela.

- Não vai falar nada? - pergunto ao vê-la parada, me coloco atrás dela, abraçando-a. - Você esteve comigo todos esses dias.

- Não sei o que dizer, são lindos.

Ela toca no primeiro, ela sentada no banco do shopping, tentei pintá-la como a enxerguei naquele dia, os cabelos soltos, muito e espalhados por quase toda tela. Abro a porta de um dos quartos para clarear o corredor.

No segundo quadro, ela está sob um guarda-chuva, um prédio atrás dela, uma parada de ônibus e um carro com portas abertas esperando por ela.

- Nosso primeiro beijo, chovia. - ela falou.

O terceiro lembrava uma cena de uma revista de quadrinhos, muito colorido, ela com um avental e de lado numa cadeira seu antigo uniforme da empresa de limpeza, com uma boca provocante oferecia um vinho.

- Sonho com essa noite acordado. - falo e me afasto, encostando na parede, ela revira os olhos. - Foi o que mais senti prazer em fazer.

No quarto, é um estilo realista, ela de calça jeans, uma camisa, cabelos lisos em uma das mãos a corrente, na outra segurava a barriga.

- Talvez uma parte minha estava com você.

O último é a sua face e colo, no pescoço a corrente, as estrelas tinha um pouco de brilho, um retrato da mulher que é agora. Parada, ela ficou olhando.

- Você fez o certo, largar Solis. Você nasceu para pintar.

Por mais que se concentrasse, as palavras dançavam diante de mim, não queria ocultar a emoção causada por suas palavras.