TÃO SEU

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Você está atrasado!

Mais uma mensagem de Heloísa. Estou ficando louco, ela continua invadindo os meus sonhos com sua doçura, na realidade, além da indiferença, ela evita ficar comigo sozinha.

Cinco minutos depois ela abre a porta. Vestida com uma blusa branca, ela se afasta, fixo na abertura da saia transpassada.

— Se soubesse que iria se atrasar,  teria levado a carina para a casa da avó.

Fala baixo, mas não esconde sua irritação.

— O trânsito estava horrível —Argumento olhando para os lábios pintados e convidativos para serem beijados.

Ela segue para a sala. Eu fico perdido na trilha do seu perfume doce e meus pensamentos vão para sua nuca escondida com os cabelos soltos, eu poderia afastá-los enquanto a envolvesse por trás e me deliciaria passeando as mãos no seu corpo. Ela se vira, o decote da blusa é tentador.

— Sua filha reclamou pelo atraso.

— Enquanto está reclamando, seu tempo está passando. 

Ela segura os cabelos e os joga para o lado.

— Filha, seu pai chegou.

Carina sai do seu quarto e se joga nos meus braços.

— Minha menina está cheirosa. Vamos para minha casa?

— Posso ir ao banheiro?

— Por que não foi logo. — fala Heloísa.

— Porque não deu vontade. — Carina corre para o banheiro. 

— Vá, eu cuido dela. 

Ela hesita,  olha para a tela do celular.

— Deixo a chave com Filipe. — Pude ver a dúvida ao olhar para o corredor. — Heloísa, você está linda. 

— E preparada para me divertir — Concorda após alguns segundos de  hesitação, vai ao móvel da tv, abre uma gaveta e estende uma chave. — Filipe não está em casa.

Pega sua bolsa e caminha para a porta. Desejei ralhar com ela que não podia sair, mas não tenho esse direito. 

— Ligue se precisar. — fala e fecha a porta.

Sozinho, experimentei todas as sensações amargas produzidas pelo remorso, ela indo se divertir com outro homem, em todas as outras vezes em que peguei Carina, ela ficava sozinha em casa para trabalhar.

— Pai, terminei.

Carina faz meu corpo se mover, recolho  suas roupas deixadas no piso do corredor. Encontro-a de cócoras no banheiro. 

— O que foi meu, amor?

— Estar doendo. — fala apertando a barriga.

— Muito ou pouco. — Ela geme. — Por que não falou para sua mãe? — pergunto ligando o chuveiro. — Não doeu antes, entendi. 

Já lidei com birra e lágrimas, é a primeira vez com ela doente. Pedi ajuda a Patrícia. Decidi não levá-la para minha casa, nem ligar para sua mãe.

— Mamãe dançou quando se arrumava. — fala Carina deitada em meu colo, estamos assistindo um filme animado. A garotinha do filme quer ser bailarina.

—Ela estava linda. — respondo alisando sua barriga. — E animada para sair com as amigas.

— Pai, casa com mamãe, não gosto quando vai embora.

— Vou morar mais perto.

— Não é a mesma coisa. — fala apertando Nico.

— Você está certa, não é a mesma coisa, mas vou poder te levar para a escola, te pegar nas sextas-feiras e poderá dormir comigo durante a semana.

Amor ValiosoМесто, где живут истории. Откройте их для себя