AMOR VALIOSO

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Refletindo as dificuldades que já enfrentei e nas que ainda estar por vir, procurei por mamãe para me aconselhar o que fazer em relação a Vinícius, e como esperado, ouvi seus conselhos românticos, papai é o mais sensato da família, porém fez uma lista das qualidades de Vinícius e mais agora que ficou sabendo que ele não é mais o Ceo da Solis. Contudo os dois falaram para eu esperar por ele e dar o tempo que ele precisa.

Ele não cresceu num lar cheio de amor, justificou a mamãe. Você está disposta a dar o amor que ele precisa?

Foi a pergunta do papai. Poucas vezes vi os meus pais discutindo, sei que eles têm o hábito de nunca dormir sem se falar, mesmo quando estão aborrecidos um com outro.

Talvez eu queira o romantismo que mamãe sempre fala, sei que não vou amar outro homem. Eu posso dar o amor que ele precisa?

Durante a semana seguinte, permaneci ansiosa, esperando que Vinícius me procurasse - foi uma reação automática quando ele me beijou, eu o quero, mas meu cérebro o repele - Apesar de toda demonstração de carinho e atenção que recebia quando ele pegava Carina e aconteceu por mais três vezes tomarmos café juntos, ele não me telefonou.

Devia haver algo errado ou esqueceu o que me prometeu?

Não adiantava fingir. Estava começando sentir sua falta quando não aparecia pela manhã pedindo um copo de suco, ou um copo de iogurte. E antes de ir embora me olhava como se quisesse me jogar sobre a mesa.

Tenho algo para resolver, é urgente! - Informou numa manhã após comer, beijou a cabeça da filha e não o vi mais.

A Roval estava sugando toda a minha força e ânimo que ainda tinha, Guedes estava viajando com a esposa. Papai entusiasmado por receber uma homenagem na associação dos comerciários, mamãe aceitou ajuda da Brenda para lançar seu livro e começou a investir em redes sociais para promover suas histórias. Brenda e Filipe, não apareciam mais com tanta frequência, mas levavam Carina para passeios, então quando me pediram para levá-la para um final de semana. Eu quis saber se o pai concordava.

- Vinícius não está em casa - fala Brenda, sentada na banqueta me observando lavar os pratos. - Liguei para ele pedindo, ele concordou, só falta você.

- Como vou ser do contra, Carina não fala de outra coisa, a não ser dos cavalos, vacas e não sei mais o quer que vai conhecer na fazenda.

Brenda bate palmas.

- Obrigada, cunhada. Vamos cuidar bem da sua menina.

-Se não, seu irmão lhe mata. - falo secando as mãos e me aproximando do balcão, Brenda sorrindo, digitando no celular - Há dois dias ele não aparece. Para onde foi?

Pergunto sem nenhuma pretensão de curiosidade.

- Ele disse que estava no Rio, mas que depois iria se esconder do mundo por um tempo - ela desliga o celular e guarda no bolso do short. - Você sabe onde fica esse lugar? Ele já mencionou outras vezes?

Dou de ombros. Não dando importância ao assunto. Vou ao refrigerador e pergunto:

- Por que ele quer se esconder?

- Eu ia perguntar para você, por acaso vocês discutiram, você o rejeitou? Vão esperar mais cinco anos para decidirem ficar juntos ou...

- Para quê tantas perguntas? Vá cuidar do seu namorado.

O enorme sorriso confirma que gostou da sugestão.

-Amanhã vou sair com minha sobrinha para fazer compras. Vamos?

- Não. Tenho muito trabalho.

Ela segura meus ombros e me balança.

- Cunhada, você está precisando de férias. Uma praia, seria bom.

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