Capítulo 99 l Guardiã

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Mareena Carter

Meus olhos se abriram com calma, enquanto vozes baixas susurravam entre as paredes do castelo. A vantagem ou desvantagem de ser uma guardiã era: você nunca dormia. Não importa em qual estado você se encontra, pode estar prestes a desmaiar de sono, mas você estará acordado. É difícil de explicar.

Me virei um pouco sentindo o braço de Henrique em meu ventre, como se protegesse ali. Henrique dormia com seu peito desnudo e seus cabelos bagunçados, já maiores que o comum. Sua respiração era lenta e calma.

Os sussurros continuaram e atiçaram minha curiosidade. Quem estaria acordado em plena madrugada além daqueles que organizariam a cerimônia da manhã seguinte?

Afastei o braço de Henrique calmamente para não acordá-lo, ele não me deixaria levantar sem ele se acordasse.

Meus pés tocaram o chão frio e encarei a porta me levantando com cuidado da cama enquanto acarenciava a minha barriga.

Abri a porta com calma e voltei meu olhar para a cama encontrando Henrique deitado de bruços do mesmo jeito que estava. Passei pela porta sentindo minha vista arder um pouco pela iluminação.

Fiquei no corredor fechando a porta atrás de mim, e vi rapidamente Joana vindo pelo corredor em passos rápidos, mas parou quando me viu.

— também acordou pelas vozes? — perguntei em um susurro e ela apenas concordou com a cabeça, séria demais, mais do que o normal.

Seus olhos passaram por mim seguindo o final do corredor, onde entraríamos em outro corredor que levaria até o quarto de uma das minhas irmãs. Ella.

Me virei naquela direção ouvindo os passos de Joana me seguindo. Eu olhava com cautela por todo o ambiente. Estava tudo muito estranho.

Me virei um pouco e encarei Joana por cima do ombro que estava tensa.

— eu devo ir na frente, não sabemos... — a cortei.

— fique calma. — eu disse.

Continuamos e viramos o corredor e encontrei a porta do quarto da minha irmã entre-aberto, o que me deixou tensa.

— você é uma inútil! Um grande nada! Me ouviu, Ella? Você é um nada, e sempre será! Viverá na sombra de suas irmãs até o dia de sua morte. — eu ouvia o choro baixo da minha irmã enquanto seu marido desferia palavras duras.

— não é culpa minha...— nos aproximamos mais da porta quando a voz de Ella era chorosa e desesperada.

— a culpa é toda sua! Você só tinha uma obrigação, me dar filhos! — nos aproximamos e encaramos Pierri segurando Ella em seus braços com brutalidade antes de arremessá-la contra a penteadeira a derrubando no chão. Empurrei a porta encarando Pierri.

— eu vou matar você! — ele disse para ela ainda sem notar nossa presença, enquanto minha irmã, indefesa, estava jogada no chão aos prantos. Joana tentou passar por mim mas coloquei meu braço em sua frente.

— Pierri! — o chamei quando o homem ia até minha irmã, acabar com sua vida, atraindo seu olhar irado em minha direção.

— ótimo, a putinha resolveu aparecer! — ele riu jogando os braços pra cima.

— pare — eu disse em um tom ameaçador.

— se não o quê? Olha, sua irmã consegue ter filhos e você não sua vadia! — voltou para Ella.

Quando ele ia até minha irmã outra vez, não pensei antes de tomar uma adaga que Joana tinha em sua mão e ir até ele o pegando por trás com violência e puxando sua cabeça para trás e cortando seu pescoço com ódio, sentindo ódio, raiva, fúria.

A Guardiã do ReiWhere stories live. Discover now