capítulo 2| Tudo pela família

32.2K 3.2K 320
                                    

Mareena Carter~

Quando chego em casa, encontro apenas o silêncio. Minha casa não era grande, mas era confortável. Isso já bastava.

Tinha uma sala que era junta com a cozinha, ao lado da cozinha ficava o quarto de Ravenna e meu pai, no andar de cima dormia eu e minhas irmãs. Eu e Filipa dormimos em uma cama de palha que papai fez, já Milenne, dormia em um berço de madeira que papai também fez.

Deixo os esquilos em cima da mesa de madeira e subo as escadas de madeira velha, e o quarto também estava vazio. Franzo o cenho e deixo meu arco dependurado em um ferro que era especialmente para ele. Retiro três facas da minha cintura e uma da minha bota e em seguida,retiro a minha bota ficando descalça.

Ouço a porta no andar de baixo ser aberta e em seguida ser fechada e ouço risadas da minha irmã e desço as escadas correndo e vejo minha irmã entrando em casa com Ravenna que carregava uma cesta com alguns legumes. Elas me olham e minha irmã corre até mim me abraçando.

— Que ótimo que conseguiu trazer os esquilos querida. — venna diz deixando a cesta de legumes encima da mesa, deixa um beijo casto na minha testa e pega os esquilos indo até a cozinha.

— Posso treinar com suas facas?— Minha irmã pergunta se afastando de mim e arregalo os olhos.

— O quê?!não,nem pensar. — ela bufa.

— Eu quero ser uma guardiã,como você! — Cruza os braços.

— Ainda não é o momento Filipa. — Digo indo até a cozinha e pego uma maçã e mordendo.

— Você sempre diz isso. — Revira os olhos. — "Não é a hora." "Você ainda não está pronta." — Faz uma voz irritante.

— Eunão falo assim. — Aponto pra ela enquanto mastigo a minha maçã.

— Fala sim! — Fecha a cara.

— Filipa,vá se banhar! Está parecendo uma porquinha. — Ravenna diz para Filipa.

— Que saco! — Reclama saindo da cozinha e rio baixo.

— Aonde está papai? — Pergunto para Ravenna que tirava a pele de um esquilo.

— Está cuidando dos porcos. — Responde.

— E Milenne? —

— Está com Alice. —

Alice é uma conhecida, foi a primeira garota que fiz amizade na vida,morávamos no mesma vila antes de ser invadida e fugimos juntas para cá.

— Vou falar com meu pai. — Aviso saindo da cozinha e subo as escadas e coloco a minha bota rapidamente e saio de casa indo até onde ficava os porcos  vendo meu pai alimentando eles.

— Oi pai. — Chamo sua atenção.

— Oi querida,como você está? — Pergunta e volta a olhar para os porcos.

— Bem, a caçada deu resultados ótimos.— Dou um sorriso e ele retribuí.

— Que ótimo, até porque o inverno está chegando e logo ficaremos sem legumes. — Meu sorriso some ao me lembrar disso.

Aqui na Inglaterra basicamente nunca tem sol, e quando tem é fraco. O frio aqui é grande e isso faz com que nossos legumes congelem.

— Vou caçar mais amanhã, talvez eu tenha a sorte de encontrar um animal grande. — Falo e ele para de alimentar os porcos e deixa o balde no chão e me olha.

— Como vai trazer um animal grande sozinha? — Pergunta e penso um pouco.

— Posso levar a Filipa comigo. — Dou os ombros. — Ela fica falando que não ensino ela a atirar com o arco e flecha.

— Sua irmã é muito nova pra isso. — Fala.

— Pai, eu aprendi a lutar com 15 anos. — argumento.

— E ela só tem 11 anos Mareena. Você...você daqui a pouco já vai partir e vai servir ao futuro rei Henrique e...e no fim, vai seguir os passos da sua mãe e não é o que eu quero. — Diz e me aproximo dele.

— O que está querendo dizer com isso? — O questiono

— Eu não quero ver a minha filha morta. Sua mãe morreu e o que ganhamos? Apenas dor e sofrimento. Eles não deram a mínima se passávamos fome ou se tínhamos frio. Aquele... — Ele hesita um pouco. — Aquele rei, ele não deu a mínima, sua mãe morreu por ele, e aquele cretino nem apareceu no interro dela ou deu satisfação à nós. — Cruzo os braços.

— A minha mãe fazia o que fazia por amor e não por dinheiro, se é isso que o senhor está insinuando. Eu quero servir ao rei por respeito, eu sou uma guardiã como a minha mãe, como a minha vó e como toda a família dela.-Ele me olha com tristeza.

— Eu não quero perder minha filha como perdir minha esposa. Coloca a mão no meu ombro. — Não posso te perder!

— E você não vai pai, fui treinada durante anos para dar a minha vida ao rei e assim farei, serei sua fiel guardiã até o meu último segundo de vida. Essa, foi a minha escolha, estou fazendo isso por respeito. —

— A respeito à quê?hã? — Pergunta.

— Respeito à minha família, não vou destruí tudo o que meus antepassados construíram só porque o senhor quer! Eu amo o que faço pai! — Ele dá passos para trás.

— Vá buscar Milenne,já está na hora do jantar. — Muda de assunto e me dá as costas.

Bufo e me viro indo em direção a casa de Alice, quando chego lá, bato na porta duas vezes e Alice atende com Milenne em seus braços e sorri pra mim.

— Mareena! — A abraço de lado e me afasto. Milenne abre os braços para que eu a pegue e assim fiz.

— Obrigada por ficar com ela Alice,você é um anjo! — Digo e a mesma sorri pra mim.

— Que nada!Milenne é o bebê mais lindo que eu já vi! — Diz e ri.

— Tenho que concordar. Adeus Alice. — Ela acena e dou as costas indo em direção a minha casa.

— Se comportou né bebê? — Pergunto Milenne enquanto ela chupava sua mão despreocupada.

×××

Não se esqueçam de dar uma estrelinha e comentar<3

A Guardiã do ReiOnde as histórias ganham vida. Descobre agora