A Guardiã do Rei

Capítulo 87 l Insaciável

Mareena Carter ~

- Qual é o prazer em ficar sentada aqui? - Questionei virando meu rosto em direção à Miranda que parecia apreciar o belo dia de Sol.

- Sinta. - Olhei para a frente apenas vendo alguns trabalhadores, gramas e árvores em volta de nós. Fiz uma careta.

- Eu deveria sentir o que exatamente? - Questionei entediada.

- Sentir o vento, o Sol, o dia. - Ela abriu seus olhos e me encarou em confusão. - O que há com você? - Questionou. - Quer desabafar?

- Meu desabafo não vai me ajudar. Caçar me ajudaria. - Ela negou rapidamente.

- Te ajudaria em que exatamente? Mareena, eu irei fazer uma pergunta, e quero que seja bem sincera. - Pediu olhando no fundo dos meus olhos.

Estávamos sentadas lado a lado.

- Antes de perguntar qualquer coisa, lembre-se que recém descobrir que a minha mãe - não tão morta assim - está viva, sou a herdeira legítima da França e futura Rainha, tenho duas irmãs, fui esfaqueada na guerra e sequestrada pelo país "inimigo" que agora é o meu país. - Soltei tudo rapidamente e em seguida sentir sua mão segurar a minha.

- Você sempre viveu sob pressão. Mas agora, isso vai além de tudo e qualquer coisa que já passou. Mas eu preciso saber Mareena; quando foi a última vez que sangrou? - Eu a encarei em choque e em seguida gargalhei.

- O que quer dizer com isso? H- Perguntei ainda rindo enquanto ela me encarava séria.

- A pele oleosa, cabelos sedosos. - Segurou em meu rosto e pegou em uma mecha do meu cabelo. - O seios maiores. - Tocou em meus seios e franziu o cenho. - Estão duros! - Ela praticamente gritou e a olhei sem reação.

- Miranda, o que você tem tomado ultimamente? - Perguntei. - O que passa nessa sua cabeça sem noção? - Perguntei e ela se afastou com um sorriso perveso.

- O mal-humor e temperamento terrível! - Susurrou pra si mesma. - Sabe o que isso significa, não é? - Me perguntou olhando-me animadamente.

- Que você perdeu a noção que não tem? - Fui ironica.

- A quanto tempo não sangra? - Ela questionou, e pensei durante um tempo, e engoli em seco.

- Não faz muito tempo! - Menti descaradamente.

- Mamãe também sangrava quando descobriu que estava grávida do Henrique. - Eu arregalei os olhos.

- MIRANDA, PARE! - Gritei e ela riu do meu desespero.

- Você sabe que tem algo aí. - Apontou para meu estômago. - Só não quer admitir.

- É meramente impossível! - Falei.

- Não é não. - Respondeu e eu revirei os olhos.

- Eu fui esfaqueada! - Argumentei.

- Talvez ele ainda não estivesse formado. - Rebateu.

- Sobre o que estão conversando? - Mattia chegou perguntando, com Henrique logo atrás.

- Nada. - Falei rapidamente.

Parecia que tudo favorecia Henrique; o vento batia contra seu rosto fazendo seus cabelos balançarem e sua camisa branca também, o que deixava ele ainda mais atraente fazendo um formigamento surgir entre as minhas pernas.

- Estavam gritando pra nada? - Henrique questionou confuso.

- Coisas de mulher. - Miranda respondeu cruzando as mãos. - O que caçaram? - Perguntou mudando de assunto e encarei Henrique com ódio por ele não ter me chamado.