O Amor Pela Arte

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"mentiroso" – foi a primeiras coisas que pensei quando abri os olhos no dia seguinte.

Depois que adormeci encostada no ombro de Zeke, meu sono foi perturbado algumas vez, senti estar sendo carrega, ouvia algumas vozes, mas não chegava a reconhecê-las ou entender o que diziam. Já me aconteceu antes, de estar tão cansada ao ponto de entrar em uma espécie de coma temporário, apesar de ter uma certa percepção, minha consciência não retornava por completo e meu corpo mantinha o estado de dormência.

Quando abri os olhos, já havia amanhecido, a luz solar iluminava o belo quarto em que me encontrava. Apreciei a decoração extravagantemente e pomposa. Me virei para o outro lado buscando me localizar através da vista da janela, e foi então que me surpreendi.

Em uma simples cadeira de madeira, que parecia não ser nada confortável, vi Zeke sentado, seu corpo escorado na parede ao seu lado, a cabeça pendurada com apenas o queixo apoiado ao peito. Ele nem mesmo retirou os óculos antes de dormir. Noto que estava com uma manta fina sobre o corpo e nada além disso.

Me levantei tomando cuidado para não o acordar, o observei dormindo por alguns minutos, os seus lábios entreabriram, e seu rosto está completamente relaxado. Percebi que estou mais acostumada a vê-lo com o cenho franzido, com um ar de preocupação. Foi gentil da parte dele ter nos hospedado nesse hotel, e ainda mais, por abdicar do seu próprio conforto para que eu pudesse descansar.

Acredito que qualquer outro não se incomodaria com esse tipo de coisa, afinal o quarto dispõe de uma cama de casal, teria espaço para ambos e nós nem mesmo corríamos o risco de encostar um no outro. Esse tipo de atitude cortês... não é a primeira vez o vejo agir assim, isso faz com que eu aprecie cada vez mais sua companhia.

Me encaminhei ate o banheiro em silencio, faço minha higiene matinal e visto uma roupa casual, em vez daqueles sapatos que mais parecem maquinas de tortura, escolho um calçado baixo e confortável. Estava arrumada e pronta para explorar aquele território, mas antes de sair deixei um bilhete para que ele não se preocupasse comigo.

Dei voltas e mais voltas na cidade, estava encantada com as novas descobertas e acabei esquecendo de me alimentar, mas só me lembre desse detalhe quando estava de volta ao hotel. Ao entrar no quarto me deparei com Zeke sentado na cama com um livro em mãos. Mesmo já tendo passado do horário, eu o convidei a me acompanhar durante o almoço, o loiro concordou com a ideia, se levantando no mesmo instante para se arrumar.

Contratamos um serviço de transporte para nos levar até o restaurante escolhido por Zeke, que era do outro lado da cidade, só pelo bairro que estávamos já dava para perceber a diferença notória dos demais lugares onde já estivemos. Era tudo muito elegante e luxuoso, admito me sentir um pouco deslocada em um lugar como esse. Nós fizemos o pedido, e pareceu demorar uma eternidade para sermos servidos, a comida era boa, mas com certeza não era a melhor que havia experimentado.

Para voltarmos ao hotel combinamos de ir andando e assim poderia explorar aquela parte da cidade. Passeamos tranquilamente visitando atrações turísticas, museus, parques e também uma gigantesca biblioteca onde acabamos passando uma quantidade de tempo considerável. Quando saímos da parte nobre da cidade acabamos entrando em uma área um pouco "peculiar", por assim dizer.

- Já está anoitecendo, melhor voltarmos – ele tocou delicadamente meu antebraço com a ponta dos dedos.

- De jeito nenhum! você me obrigou a conhecer tantos lugares repletos de gente esnobe e arrogante – Ele ainda não me disse nada. Cerrei os punhos sem querer – tenho certeza que vamos nos divertir muito mais se dermos uma chance a atividades "pouco convencionais" – faço aspas com os dedos, uso um sorriso brincalhão para convencê-lo.

Freedom Wings - Levi AckermanWhere stories live. Discover now