Soldado de Paradis

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Me sinto exausta mentalmente, fecho os olhos e jogo meu corpo para trás, minha nuca bate no encosto da cadeira chique que compunha os móveis desse salão.

Observando as pinturas nas paredes e o memorável teto de vidro e ligas de ferro, percebo o quão classudo esse lugar é, a antiga família real realmente se dedicou a transformar Sina em um paraíso particular para aqueles bastardos de sangue nobre.

Sinto meu ombro arder e me viro para trás vendo a expressão assustada dos pirralhos por causa de toda aquela discussão.

- Faz alguma coisa! – Armin me pede.

Me levanto e forço Hange que estava ao meu lado a se sentar. Dou sinal ao Levi para que ele ficasse de olho em nossa comandante.

O barulho ensurdecedor das vozes daqueles homens me irritava profundamente. Não pretendo alterar meu tom de voz e me rebaixar aos seus níveis. Em vez disso farei com que todos calem a boca na minha presença.

Crio um dardo de cristal, da mesma espessura do meu dedo indicador, arremesso ele a cima da minha cabeça, bem na liga de ferro que sustentava o teto de vidro. E com um estalar de dedos invoco um raio, que ao acertar a estrutura metálica produz um som estrondoso, como de uma explosão e também faz com que rachaduras se formem na vidraçaria.

Todo o prédio, incluindo o salão nobre onde nós estávamos, ficou em completo silêncio. Isso fez com que todos os presentes ali, incluindo a rainha História e Darius Zackly, prestassem atenção em mim.

- Peço perdão pela interrupção! – início minha fala me dirigindo as pessoas que me interessavam – pode ter sido apenas minha impressão, mas o senhor, comandante Zackly, deixou que o rumo dessa reunião se perdesse - me viro a frente de todos os soldados presentes ali – por favor, Senhores. Somos todos adultos e podemos resolver nossas questões de forma organizada!

Alguns burburinhos começaram a ser ouvidos novamente, o que logo voltou a se tornar uma discussão. Uma vez mais uso as habilidades do cristal para fazê-los calarem a boca e como o esperado funciona. Apesar de alguns terem acabado sendo feridos pelos cacos de vidro que caíram do teto.

- Qual o problema de vocês?! – praguejo irritada – se eu tiver que interferir mais uma vez, vou explodir esse lugar inteiro!

- Tenente S/n – sou repreendida pelo marechal – contenha-se, por favor – ele indica para que eu me sente e assim eu faço.

A reunião retorna ao seu foco principal, mas dessa vez todos ficaram em silêncio e respeitaram a cadeia de comando.

Desde o retorno da tropa de exploração e o nosso grande triunfo em termos exterminado todos os titãs puros da ilha, Hange decidiu pedir algo aos nossos superiores, verba e recursos para que o reconhecimento montasse acampamento do lado de fora das muralhas.

Mas isso precisaria de muito além de dinheiro ou recursos materiais, o que o reconhecimento precisava era de novos membros, afinal desde a batalha de Shinganshina, nós éramos apenas dez membros, um comandante, um tenente, um capitão e sete soldados comuns. Se nosso objetivo era montar vigília do lado de fora, precisaríamos aumentar nosso número de membros drasticamente.

E precisamos fazer isso rápido! Zeke me deu um curto prazo até que o primeiro navio de pesquisa de Marley inicie sua ronda pelo território de Paradis. Mas o que realmente precisamos é do navio onde estará a tal mulher que aquele barbudo me falou, Yelena, se não me engano. Ela é a mais fiel seguidora de Zeke. Apesar de me parecer ser perigosa, acima de tudo, ela parece ser incrivelmente útil.

- Isso não é discutível! – sou removida de meus pensamentos ao ouvir a voz de História – o reconhecimento, não apenas sacrificou suas vidas para a retomada da muralha Maria, mas também partiram em expedição para constatar que "o mundo" que sobrou para a humanidade dentro das muralhas, não passa de uma ilha. Então eu, como rainha e a última descendente de sangue real, tenho total autoridade para conceder os recursos necessários para a tropa de exploração!

Freedom Wings - Levi AckermanWhere stories live. Discover now