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— Amor, espera — Você grita respirando ofegante seguindo pelo pequeno morro de terra batida marrom alaranjada.
O sol tão gelado e o vento tão cortante do Texas incomodam seu corpo que só está acostumado com o calor tropical do Brasil. Você mal consegue entender como que faz sentido estar tanto sol e ainda sim ser necessário usar blusas de frio.
Você vê sua namorada Sadie, com os cabelos ruivos agora curtos voando, ela os agarra entre os dedos e prende deixando uns fios mais curtos da franja escaparem. Ela segue a frente com sua clássica calça jeans de barras largas e dobradas, uma blusa verde escura grande com o nome do seu estado natal bordado do lado.
— Vem logo, não é tão difícil — Ela vira pra você dizendo enquanto ri e aponta pra pequena estrada com as mãos abertas.
Você finalmente chega ao carro de vocês, o sol já cai no horizonte das montanhas. Hoje é feriado de um final de semana mais prolongado por causa dele, você e sua namorada Sadie estão tentando montar um dia perfeito apesar do frio que gela as noites do Texas no verão. Vocês namoram há pouco tempo, pouco mais de dois meses, mas a conexão de vocês é intensa e surreal, vocês se conhecem há cinco meses e desde então não se desgrudaram.
Vocês entram no carro e você pega o caminho de volta pra casa entre risadas e conversas sobre o que levar pra comer. Vocês passam numa lanchonete de hamburgueria no meio do caminho, você na verdade queria pizza, mas acabou cedendo pelos caprichos da sua namorada.
Enquanto você dirige com a janela entreaberta e Sadie tão concentrada em não derrubar os lanches e as bebidas no colo dela, você a observa de lado por alguns poucos segundos e seu coração sofre de uma forma boa, a forma de sofrimento bom que o amor genuíno provoca, ver o rosto dela de lado, o nariz que você acha tão fofo, as sardas, o lábio dela que agora faz um bico por estar incomodada com o vento levando suas mechas do cabelo ruivo ondulado direto pra frente do seu olho tão azul que você não cansa de admirar quando te encara.
— As batatas não murcharam, né? — Você pergunta pegando o ketchup na geladeira.
— Uh... não, amor — Sadie responde de uma forma fofa e sorri pra você.
Você chega perto dela deixando um beijo estralado na testa dela e puxa sua bochecha, ela aperta mais os lábios num sorriso mais fofo deixando sua covinha aparecer.
— Depois quer tomar vinho? — Você sugere se sentando na mesa com ela.
— Acho que vou querer sim — Ela bate na sua mão e rouba uma batata do seu prato.
— Ei, você tem a sua — Você fala rindo e segura a mão dela.
— Sai, eu posso — Ela puxa sua mão com força rindo lindamente com esses dentinhos que você acha a coisa mais linda de todo esse mundo.
Vocês comem entre risos e mais roubos de batatas alheias vindo diretamente da sua garota favorita.
— Eu trouxe uma taça só, a gente toma na mesma, tem problema? — Você entra no quarto vendo Sadie mexendo na sua TV e no aplicativo do Spotify, mais necessariamente mexendo nas suas playlists.
