Through the mask

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Passo meus olhos por todas as pessoas bem vestidas desse salão, todas com vários tipos de máscaras que cobrem desde seu rosto todo ou só parte dele

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Passo meus olhos por todas as pessoas bem vestidas desse salão, todas com vários tipos de máscaras que cobrem desde seu rosto todo ou só parte dele. Máscaras escuras, claras, coloridas, fantasiosas com fitas de cetim ou relevos de camurça, cada um com seu próprio estilo meio vitoriano. E eu com a minha simples máscara preta com detalhes em prata brilhante, a clássica máscara somente de olho em estilo misterioso e puxado com pontas finas e largas pelos lados que dá um ar mais sofisticado.

Não que eu quisesse ser sofisticada. Eu odeio que minha irmã seja tão rica e famosa a ponto de eu ter que me enfiar em meio a esses eventos sem graça cheio de pessoas inundadas de tanto dinheiro que elas mal sabem se divertir.

É sério, beber goles falsos de um champanhe extremamente caro numa taça que mal está cheia é a principal forma dessa galera de se divertir, e isso me cansa pra caramba.

Paro o olhar na minha irmã elegantemente vestida conversando com um grupo de pessoas e fico olhando pra lá até que como um ímã meu olhar é puxado pra uma garota descendo as escadas grandes desse salão aberto.

Meu olhar trava nela e parece que nesse instante ela é a única mulher nesse salão inteiro. Seus cabelos ruivos bem ondulados caem nos seus ombros, ela veste um blazer preto justo aberto e por baixo um top estilo sutiã preto, liso bem ajustado, uma calça social também preta de cintura alta e um salto alto pontudo preto. Sua máscara completamente preta com detalhes desenhados, nenhum brilho, nenhuma fita de cetim, apenas uma máscara preta de bordas redondas que cobre boa parte do seu rosto deixando só abaixo de seu nariz descoberto.

Observo atentamente ela descendo as escadas deslizando sua mão com as unhas também pintadas de preto pelo corrimão dourado da escada. Meu olhar é totalmente dela, esse estilo todo, eu não sei quem é, mas sei que não é pouca coisa e me deixou muito a fim de conhecer.

Seu olhar encontra o meu e me assusto me remexendo no lugar desviando o olhar, ela percebeu que eu estava a encarando. Olho de volta para a escada e não a vejo mais.

As luzes diminuem e um ambiente mais escuro toma conta da festa, luzes opacas brancas impedem a escuridão total, mas agora as pessoas estão mais anônimas dentro dessas máscaras.

Se eu quero achar aquela ruiva, a hora é agora. Ela não faz ideia de quem eu seja e nem eu de quem ela seja, não teria melhor cenário pra eu tomar um fora senão esse.

Deixo minha taça de champanhe caro e ruim em uma bandeja de um garçom que passava e adentro a pista passando pelas pessoas olhando pra todos os lados procurando qualquer sinal de um cabelo ruivo.

Até que entre pessoas a vejo, a vejo me olhando como se me procurasse também. A melodia da música parece trazer ela cada vez mais pra perto de mim, ela vem andando devagar, mas provocantemente.

Ela passa direto por mim do meu lado.

Mas não exatamente, sinto seus dedos deslizarem pelo meu braço como se quisessem me levar pra algum lugar.

Viro e vejo ela me observando por cima dos ombros com esse olhar de canto e essa boca nesse batom avermelhado vinho. Ela se vira e para de frente pra mim me encarando com esses olhos por de trás dessa máscara, esses olhos que me chamam.

Me aproximo o suficiente pra ver seus olhos tão de perto que percebo que a cor de seus olhos é clara, fico respirando rápido a desejando intensamente. Ela sobe suas mãos tocando meu rosto gentilmente e sentir seus dedos delicados na minha pele me faz engolir em seco.

Eu não sei mais o que é tão diferente aqui, se é toda essa situação nesse baile de máscaras ou se é apenas essa mulher que é diferente de todas as outras.

Me aproximo mais encostando nossos corpos passo as mãos por dentro do seu paletó colocando as mãos em sua cintura, sentir sua pele quente me faz delirar. Ela segura meu rosto me impedindo de avançar e olha bem profundamente em meus olhos encarando minha alma toda, isso acelera meu coração, ela puxa meu rosto e finalmente nossos lábios se tocam.

Se tocam num beijo tão elaborado e calmo que parece artístico, tão bem encaixado que parece crime, tão bom que parece pecado.

Mas eu acho que ela seja pecado.

Seus dedos apertam meu rosto me puxando mais para si, seguro sua cintura a puxando contra mim desejando mais dela. Sua boca passeando na minha nesse ritmo tem me provocado todo tipo de sensação que eu já até me esqueci o que tem ao meu redor, a sensação boa que percorre todo meu corpo é irritantemente viciante, a boca dela me deixa nas nuvens, o jeito que ela me beija é indecentemente gostoso.

Terminamos esse longo e teatral beijo abrindo nossos olhos devagar e nos encarando intensamente.

— Quem é você? — Sussurro entre respirações.

— Ninguém que você precise saber — Sua voz arrastada me arrepia o corpo todo.

Suas mãos deslizam do meu rosto e ela se solta de mim saindo com passos pra trás até se virar e me dar um último olhar de relance antes de se perder de vista no meio das pessoas.

E eu fico ali com as mãos no ar sem saber o que fazer, querendo que eu pudesse repetir esse beijo todos os dias.

E pro resto da minha vida.






the prettiest girl I've ever seen | Sadie SinkWhere stories live. Discover now