Mareena foi criada e treinada para ser a guardiã do futuro Rei Herinque V.
Uma mulher forte e destemida que está lidando com a perda de sua mãe e sobrevivendo com sua coragem e bravura. Sua espada sempre afiada assim como sua língua e está disposta...
- Eu deveria mandá-lo embora o mais rápido possível. - Eu disse enquanto ouvia sua risada alta que quase me fez rir junto.
Estava apenas esperando a carruagem chegar para irmos até o vilarejo mais próximo.
{....}
- Obrigada! - Mareena agradeceu quando estendi minha mão para que ela descesse da carruagem segurando seu vestido.
Dez guardas ficaram em volta do vilarejo nos protegendo, não que Mareena ou eu precisávamos disso, mas era melhor não correr risco de algum imprevisto.
Algumas pessoas falavam alto e murmuravam assustadas e completamente em choque. Assim que Mareena se virou para todos, as pessoas a olharam como se ela fosse algum tipo de divindade por sobreviver depois de tudo o que houve.
Sinto sua mão segurar a minha com força buscando algum tipo de refúgio, e não me distancio em nenhum momento.
Caminhamos lentamente, e quando chegamos perto da sua antiga casa, sua irmã é a primeira a nos ver, e parece entrar em estado de choque, antes de cair de joelhos derrubando algumas maçãs que carregava em uma cesta. Sua boca fica entre-aberta e seus olhos se inundam com lágrimas.
Mareena soltou minha mão e correu até a irmã mais nova se ajoelhando no chão pouco se importando com o vestido trabalhado. Filipa chora nos braços da irmã enquanto Mareena a abraça devolta acarenciando os cabelos da mais nova.
- Eu estou sonhando? - Filipa fala entre-choro. - Você está aqui! - Ela aperta a irmã em seus braços.
- Eu senti tanto a sua falta! - Mareena fala com a voz falha.
Coloco minhas mãos para trás até ouvir um barulho próximo e vejo o pai da Mareena saindo de sua casa parecendo confuso, até o momento que seus olhos encotram as duas filhas ajoelhadas no chão. Um pouco mais atrás estava sua esposa e sua filha mais nova.
Segundos depois o mesmo estava derramando lágrimas enquanto abraçava suas filhas desesperado e feliz por encontrar sua filha.
Eu queria ter tido uma família assim, deve ser uma sensação incrível ter amor parterno, eu tive um pouco de amor materno mas não durou muito tempo, então quase não me lembro do que é isso.
Fiquei apenas ali observando a cena de todos emocionados e felizes com o reencontro, se fosse meu eu antigo, estaria jugando isso por ser meloso demais, mas agora eu não enxergava assim mais, eu enxergava como sorte você ter alguém assim, alguém que sinta sua falta.
Assim que tiro esses meus pensamentos, vejo Mareena me encarar com os olhos vermelhos e estender sua mão para mim, fico apenas parado por um tempo encarando sua mão estendida.
- Venha. - Ela pediu e encarei seus olhos outra vez ainda pensando.
Por que estava fazendo isso? Não eram a minha família, não tinham o menor motivo para me tratar como tal, a não ser o fato de que em breve ela seria minha esposa, ela era a minha família.
Eu engoli em seco e neguei com a cabeça desviando o olhar. Isso era um momento deles, eu não deveria me meter nisso. A ouvi me chamar mas apenas neguei outra vez.
Eu não posso tornar a família dela, minha. Eu não queria que sentisse pena por eu não ter tido a oportunidade de ter tido isso; Não ter tido um pai bom, ou uma mãe viva, nem uma madrasta. Apenas minha irmã, isso quando ela vinha aqui.
Minha mãe morreu por conta da sua inocência, meu irmão pela sua burrice, meu pai pelo seu próprio karma, essa era a minha família, minha verdadeira família.
Me afastei um pouco ainda com os olhos abaixados e fiquei ali, sabendo que Mareena me observava agora.
{....}
- Eu ainda não consigo acreditar que você está aqui, minha filha, a salvo, e noiva. - olhei para o pai da Mareena que deu um curto sorriso para nós dois. - Então, conte-nos o que realmente aconteceu.
Mareena ficou tensa se mexendo na cadeira.
- Pai, eu não sei como contar isso... - Ela começou segurando sua irmã mais nova nos braços.
Eu tomei um pouco do chá que a madrasta dela fez, observando a cena toda.
- O quê? - ele perguntou despreocupado.
Ouvi a risada da bebê no colo da Mareena e franzi o cenho a vendo me encarando sorrindo mostrando seus únicos dois dentinhos. A encarei confuso. Será que eu tava com alguma coisa no rosto? Por que ela ria tanto?
- Segura pra mim, Henrique? - Mareena perguntou me estendendo a criança e a encarei confuso.
- Oi? - Eu quase gritei. Eu nunca segurei uma criança na minha vida inteira, e nem pretendia.
- Só um pouco. - Ela pediu e eu neguei virando rosto.
- Não, não, não. - Falei negando. - Não sei fazer isso. - ela bufou e se levantou dando a volta na mesa entregando a irmã para a madrasta.
A criança continuou me encarando enquanto ria. Cerrei meus olhos em sua direção.
- Pai, quero que fique bem calmo em relação ao que eu disser aqui agora. - Ela cruzou as mãos sobre a mesa.
__________________
Eu ia postar esse capitulo amanhã de manhã mas a minha ansiedade tá falando alto dms🤠
Coitado do Henrique, tem família issues
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Vou ver se consigo escrever mais um capítulo ainda hj e postar amanhã.
Amo vcs, e não se esqueçam de comentar e dar uma estrelinha se estiverem gostando!!💗
