CRIMINALS #1: Doce Vingança | Jikook.

[29] Corri per colline, Billy!

(Trad: Fuja para as colinas, Billy!).

Dados de localização:

Seoul,

Mugshot Cave, 18h00min a.m., segunda-feira,

Salão da cerimônia de casamento, casarão da Família Salvatore,

(Dia do casamento).

Dica:

Leve o título à sério.

Indicação de música:

My All - Mariah Carey;

Lilith (feat. SUGA of BTS) (Diablo IV Anthem) - Halsey;

Oscar Winning Tears - RAYE;

Fetish (feat. Gucci Mane) - Selena Gomez.

Enzo Salvatore,

"BANG!"

O estampido de um tiro soa pelos ares, calando a todos imediatamente, sobrando apenas olhares de puro terror.

Encaro fixamente quem foi baleado, entorpecido.

Porra.

[3 horas antes]

Arrumo a lapela do meu terno enquanto olho meu reflexo no espelho. Meu cabelo está penteado para trás. Poucas foram as vezes em que me detive diante de um espelho e realmente refleti sobre o fato de que não gosto da forma como penteio meu cabelo e me visto. Os topetes, os ternos, os relógios: tudo isso é de Terrence, sempre foi. Mesmo assim, eu pareço apresentável. Estou cheirando a lavanda porque, ontem, me peguei estranhando meu perfume favorito. De certa forma, eu o associei ao Terrence e isso me fez o odiar pra caralho. Terrence escolheu um terno que coube como uma luva, preto, aveludado e confortável. Gentileza de sua parte, considerando os termos em que estamos. Desvio o olhar do meu reflexo. Estou desgostoso comigo mesmo, então encarar essa minha expressão eterna de injustiça é quase tão intragável quanto todo esse casamento. Por fim, prendo o broche de serpente dos Salvatore na lapela do paletó e respiro fundo, indo até a escrivaninha.

Observo a foto de Nina ao lado do meu notebook. Sinto que ela está me encarando com seus grandes olhos azuis de peteca e seu sorriso nostálgico.

Talvez ela esteja me julgando.

Afinal, atravessei a porra da Coreia em busca do seu assassino, Park Geong, e, apesar de todas as minhas tentativas mais incisivas para vingar sua morte, ele continua solto. Pior: eu sou louco pelo seu filho – e isso dificulta demais a missão de matar o filho da puta. Estou andando pela linha tênue entre continuar minha busca por vingança e não estragar essa relação ferrada que tenho com Billy. Tenho certeza que, caso eu mate Geong, Billy, apesar de odiá-lo, passará a me odiar também.

E não há trunfo nisso.

Abaixo o porta-retrato de Nina. Não posso continuar em busca da cabeça de Geong se isso significa perder Billy mais do que já perdi. Essa é minha última resolução diante da morte de Nina e ela faz meu peito afundar porque vai contra tudo o que aprendi na máfia: o lema "olho por olho". Não. Talvez o melhor seja deixar Nina finalmente descansar.

E, talvez, toda essa minha raiva possa descansar também.

Deixar Park Geong vivo será meu calcanhar de Aquiles, mas seria pior se, junto à sua morte, eu ganhasse o desprezo de Billy.