[02] L'invasione mafiosa

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(Trad: A invasão do mafioso)

Dados de localização:

Seoul,

Gangnam, 10h23min, quinta-feira,

Apartamento do Billy.

Dica:

Na máfia italiana, a vingança é considerada um evento. Alguns mafiosos o realizam de forma rápida – esse mafioso, no entanto, gosta de realizar tudo o que faz lentamente.

Música indicada:

I didn't change my number - Billie Eilish.

#NoBicoDaGlock 🕴

Eu estava à procura do meu carregador quando recebi uma chamada. Era Miles, o assistente-segurança de meu pai. Pensei em não atender, estava chateado com ambos devido ao que aconteceu noite passada, mas acabei pegando o celular sobre a cama e atendendo. Miles nem sempre ligava, mas, quando ligava, era para tratar de assuntos que, uma hora ou outra, eu teria de lidar, como uma conferência de imprensa ou um leilão para atender como representante do meu pai.

Quando atendi, a primeira coisa que ele disse foi:

— Venha para a empresa.

Respirei fundo, sentando-me na extremidade da cama. Seu tom de voz sempre monótono me deixou instantaneamente exasperado e sufocado.

— Estou de folga, lembra? Aproveitando alguns dias fora, como combinamos — tentei lembrá-lo.

Há pouco menos de uma semana, fiz um pequeno acordo com Miles. Em troca de eu ir até Veneza para fechar um acordo bilionário em nome do meu pai com um importante metalúrgico, eu teria, pelo menos, uma semana de folga para, sei lá, fazer o que bem quisesse – desde que não saísse muito do apartamento ou fosse para algum lugar que não estivesse na lista dos quais meu pai permitia. E eu estava me saindo bem nisso: em tirar uma folga. Ontem mesmo jantei no restaurante de um amigo da família.

— Seu pai precisa que você assine o contrato que oficializa a contratação do novo diretor de marketing da empresa.

Bufei.

— Mas...

— Vejo você em trinta minutos. Não se atrase.

Então, ele desligou.

Fiquei alguns momentos olhando silenciosamente para a tela do celular antes de cair em uma risada incrédula. Meu pai realmente não sabia respeitar os acordos feitos comigo. Na verdade, ele não sabia respeitar qualquer coisa que não fosse do seu agrado. Larguei o celular sobre a cama e me apressei para caber em um terno. Entrei no elevador ainda dando o nó na gravata, com minha pasta debaixo do braço. Finalizando o nó, olhei meu reflexo no espelho da parede do elevador, arrumei alguns fios bagunçados do meu cabelo, e sorri.

— Ora, ora... — comentei comigo mesmo, soando o mais sarcástico possível. — O filho do sr. Park saindo descabelado do seu prédio luxuoso em Seoul? — arqueei uma sobrancelha, tentando parecer decepcionado. — Oh, não! — inflei minhas bochechas. — O que a mídia e o sr. Park vão achar disso? — franzi o cenho.

Toda a minha expressão teatral se desfez em uma carranca. Torci o lábio, virando-me de frente para as portas do elevador, esperando chegar ao estacionamento subterrâneo. Quando elas abriram, saí calmamente, como se não tivesse que ter toda a pressa do mundo.

CRIMINALS #1: Doce Vingança | Jikook.Where stories live. Discover now