[10] Ciò che gli occhi non vedono, il cuore non sente

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(Trad: O que os olhos não veem, o coração não sente)

Dados de localização:

Nápoles - Itália,

Santa Lucia, 07h25min, quarta-feira,

Grand Hotel Santa Lucia.

Dica:

Esse mafioso não é confiável.

Inquieto, acabei descendo para o lobby do hotel. Lá, fiquei esperando pelo que pareceu ser horas – apesar de não ter se passado pouco mais de trinta minutos quando Enzo também apareceu, olhando os arredores, parecendo estar procurando alguém. Seus olhos caíram sobre mim à distância, ele me alcançou calmamente. Sua expressão fechada denunciou seu mau-humor.

Ficamos nos encarando em completo silêncio. Eu, nervoso e ainda muito envergonhado; ele, taciturno e ilegível como nunca.

— Não entre mais no meu quarto sem avisos — disse ele. — Não é prudente.

— Com certeza — respondi rapidamente, desviando o olhar para uma planta.

Silêncio.

— Vamos tomar café — ordenou.

Cruzei os braços.

— Não estou com tanta fome — murmurei.

Silêncio.

— Venha comigo — disse ele.

Olhei para ele.

— Não estou com fome! — ralhei.

— Não é para tomar café, porra — torceu o lábio. — Como não posso deixá-lo sem supervisão — respirou fundo. — Você vai comigo.

Ergui uma sobrancelha, gradativamente curioso.

— Para onde? — perguntei.

Ele não me respondeu, deu as costas e seguiu em direção à saída do hotel. Revirei os olhos, levantei e o segui às pressas. Ele havia despertado meu interesse e ele sabia disso. Ao entrarmos no carro, seguimos pelas ruas e vielas italianas enquanto uma música suave tocava nos fundos. Percebi que, diferente de Seul, Enzo estava dirigindo cuidadosamente, não pulando nos quebra-molas ou freando bruscamente. Diferente de ontem, o céu estava tingido de um cinza, nublado. Fiquei fascinado quando Enzo passou a dirigir em uma estrada à beira-mar, onde a água batia suavemente na sua encosta. Foi a primeira vez que sorri naquela manhã. Ele me viu sorrindo, isso eu percebi pelo canto dos olhos.

Após a estrada beira-mar, passamos por um canal que atravessava um monte. Depois ele, revelou-se uma longa ladeira cercada por campos verdes e uveiras. Havia uma bifurcação nessa ladeira, Enzo seguiu pela esquerda, entrando em uma espécie de bosque cercado por macieiras, morangueiros, coqueiros e uveiras. Era uma espécie de paraíso muito bem arquitetado. Ele seguiu por uma faixa de pedras ornamentais até que foi possível avistar uma casa. Ela tinha apenas um andar, mas sua extensão horizontal era impressionante. Suas paredes frontais e laterais eram vítreas. O que era de alvenaria havia sido pintado de um cinza muito bonito no interior da casa. Através das paredes de vidro, avistei uma sala-de-estar decorada com móveis brancos, cinzas e pretos. Destoando das cores monocromáticas, havia uma espécie de tapeçaria suspensa por um gancho ao lado da lareira, cujo tecido era vermelho e tinha detalhes amarelos. Enzo estacionou em frente à casa e indicou para que eu descesse.

— Onde estamos? — perguntei a ele, confuso, mas impressionado.

Enzo respirou fundo.

— Estamos na minha casa — respondeu.

CRIMINALS #1: Doce Vingança | Jikook.Where stories live. Discover now