[12] L'oscurità dela notte è le stessa di una stanza.

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(Trad: A escuridão da noite é a mesma de um quarto)

Dados de localização:

Nápoles - Itália,

Sicília, 06h25min a.m., quinta-feira,

Palacete dos Salvatore.

Pergunta:

O que é preciso para conseguir a proteção de um mafioso?

Foi no amanhecer que tomei uma decisão, ela veio até mim como um sopro de clareza.

Ao acordar, permaneci deitado, fitando o teto, pensando na oferta que fiz para o pai de Enzo. Ela ainda não havia sido aceita, muito menos recusada, então as fumaças do mistério me cercavam como os grandiosos e sombrios muros de um castelo. Fiquei pensando no que faria e o que não faria caso ele dissesse "sim" ou "não", e isso, pouco a pouco, me deixou paranoico... pelo menos até eu respirar fundo e me sentar na extremidade da cama, olhando para a tinta na parede.

— Eu nem sei o que ele decidiu — murmurei. — Não faz sentido temer algo que nem sei ainda — disse, resoluto.

Eu estava saindo do banheiro, com apenas uma toalha enrolada ao redor da minha cintura, quando alguém bateu à porta. Fiquei paralisado ao lado da porta do banheiro, encarando a porta do quarto em completo silêncio.

— Entre — pedi.

A porta foi aberta, revelando Enzo, vestido em uma blusa branca de punho e uma calça estilo esporte fino, calçado em sapatos sociais. Olhei para seu topete perfeitamente arrumado com gel e quis revirar os olhos. Estava cedo demais para ele estar vestido daquela maneira.

Notei seu olhar analisando meu corpo. Eu estava com o torso desnudo e percebi seu olhar pesado sobre ele. Não me senti envergonhado. Pelo contrário: senti-me desejado. Havia uma espécie de desejo pungido em seu olhar, o que ele suprimiu ao piscar rapidamente e encarar meus olhos, enfiando as mãos nos bolsos da calça azul-escura.

— O que você quer? — perguntei.

Enzo franziu o cenho.

— Nem mesmo um "bom dia"? — arqueou uma sobrancelha.

Balancei a cabeça negativamente, andando até o closet para escolher alguma roupa. Sequer prestei atenção no que escolhi, mas fingi que a tarefa havia sido a coisa mais interessante do mundo. Joguei as roupas sobre a cama e catei uma pequena toalha, tornando a enxugar meu cabelo. Olhei para ele com desinteresse, esperando que ele prosseguisse e me contasse o motivo para estar batendo à minha porta tão cedo da manhã.

— Irei levá-lo para tomar café — disse ele, monotônico.

Franzi o cenho, confuso.

— Eu achei que não podia sair da minha prisão — comentei.

Enzo bufou.

— Fiz um acordo com meu pai — disse ele, com um músculo da mandíbula saltado. — Levarei você para ter suas refeições fora daqui. É uma regra e um limite que não deixarei ser rompido.

Silêncio.

— Por que? — perguntei a ele depois de um tempo.

Ele segurou a maçaneta da porta e, antes de sair, disse:

— Porque.

E saiu.

Alguns minutos depois, deixei meu quarto para trás hesitantemente, atravessando os corredores como se alguém estivesse na minha cola. Escutei vozes distintas ao me aproximar do final do corredor que reconheci como o que levaria à escada para o segundo andar e, para o meu terror, o escritório do pai de Enzo. Não consegui avançar mais do que isso, então fiquei plantado no limiar do início das escadas, fitando os degraus enquanto escutava as vozes conversando – elas estavam falando sobre mim.

CRIMINALS #1: Doce Vingança | Jikook.Where stories live. Discover now