Capítulo 73 | Tempo

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Agir?

Eu deveria agir?

- Ela estava machucada ou algo do tipo? - Continuo olhando para William a minha frente.

- Estava com uma faixa em volta da cintura e em sua mão também. Parecia um pouco abatida.

- Ela viu o seu sinal? - Mattia o perguntou e ele assentiu.

- Não tenho certeza se me reconheceu, mas tenho certeza que sabe de onde eu vim. - Encaro a janela à fora.

- Tudo bem, pode se retirar. - Mattia o agradece e ouço a porta se fechar.

- O que fará? - Questionou e me mantive em silêncio.

O que faria?

- Pelo que ele disse, ela não está em perigo, nem acorrentada, nem... Nem... - Me perco nas palavras.

- Não ouse pensar em traição. -Mattia repreendeu meu primeiro pensamento.

- Não farei nada. - Respondi.

- O que? Como assim não fará nada? - Perguntou confuso. - Será que dá pra você parar de ser ridículo pelo menos uma vez na sua vida? Se fosse você no lugar dela, ela já estaria lá enfrentando toda a maldita França sozinha para te salvar! - Aumentou o tom de voz mas eu pouco me importei.

Olho para a mesa e pego a maldita aliança jogando em seu peito me levantando rapidamente.

- Acha que eu não quero fazer isso, porra? Realmente acha isso? Está vendo esse maldito anel? Estaria no dedo dela agora se nada disso tivesse acontecido! Se eu não tivesse falhado ela estaria aqui agora. - Dou a volta na mesa e saio furioso dali.

Ando pelo corredor encontrando com alguns guardas que param e se curvam rapidamente.

Toda essa merda de castelo. Eu odeio tudo isso!

Se eu fosse um homem normal, se levasse uma vida normal igual antes, nada disso estaria acontecendo.

Isso me torturava. Não ter ela aqui me doía, e muito. O que eu poderia fazer? Matar os meus poucos guardas que sobreviveram por sorte? Eu não podia ser egoísta a esse ponto. Mareena nunca ficaria feliz em me ver sabendo que eu obriguei os guardas a se matarem só para salvá-la.

Preciso de tempo.

Preciso pensar.

Preciso de alguém para vigia-la.

Preciso saber se realmente está segura como William disse que estava.

Abro brutalmente a porta do seu quarto e respiro profundamente sentindo seu cheiro ali. Dou alguns passos adentrando no quarto e olho em volta.

Caminho lentamente até a janela que ficava do lado de sua cama, e olho para os lençóis bagunçados.

Não deixei que ninguém tocasse em nada aqui, muito menos que entrassem aqui.

Sentia falta de deitar ao seu lado nessa cama e sentir seu corpo quente contra o meu. Sentia falta das suas mãos em meu rosto e dos seus olhos castanhos me encarando como se eu fosse a coisa mais bela que seus olhos já viram.

Fecho meus punhos ao lembrar da última vez que eu a vi; ensanguentada, com a pele mais pálida que o normal. Aquilo me quebrou, me destruiu de inúmeras formas.

Flashback

- Não. Me deixa dormir! - Me viro para o outro lado e sinto a mesma subir em minhas costas.

- Eu não quero dormir, e não acho justo você querer também. - Bangunçou meus cabelos e apertou minha bochecha.

Afundo meu rosto no travesseiro soltando um grito e dando um tapa na sua perna que estava próxima.

A Guardiã do ReiOnde as histórias ganham vida. Descobre agora