Capítulo 53

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    Eles retornaram voando, Cassian colocou Feyre no chão quando ela remexeu as pernas indicando o terraço. Amren encostou no parapeito, observando a cidade e eu encarei o quinteto com os braços cruzados em cima do peito. Pressentindo o problema à caminho, as sombras estavam agitadas, como se soubessem que eu ficaria irritada.

Rhysand, Cassian e Azriel carregavam máscaras sérias. Calados e pensativos. Mor e Feyre vinham carrancudas suspirando insatisfeitas.

— Elas se negaram, não foi? — Esfreguei a costa do dedo indicador na ponta do nariz. E como se esse gesto fosse algum sinal, Azriel se escondeu em suas sombras e Feyre abaixou a cabeça com culpa no olhar.

Arranhei seu escudo e ela me deu uma brecha. Você não falhou. Elas que são tolas medrosas! Recuei abrupta sem esperar sua resposta. Feyre resmungou relaxando os ombros.

— As rainhas humanas querem uma prova das nossas boas intenções. De que podem confiar em nós, — Rhys fez uma pausa. — em mim.

— E queriam ver você. Durante a reunião elas sentiram. — Azriel comentou.

— O quê elas sentiram? — Eu já sabia.

— O Palácio estremeceu. — Mor disse me encarando fixamente. — Como se uma entidade furiosa tivesse fugido do Caldeirão abaixo e se entranhado no solo. Não sei o quanto você liberou nas montanhas, mas foi o suficiente para deixar elas assustadas.

— Ótimo, já poupa minhas ameaças. Não é novidade que não confio nelas. — Governantes que escolhem sacrificar uma aldeia de seu povo, por menor que seja, não são dignos de confiança.

Dudu sem querer ofender, mas eu posso contar nos dedos as pessoas que você confia. — Cassian provocou para descontrair.

— Dudu? Que tipo de apelido é esse? — Rhysand arqueou a sobrancelha. Cass sorriu atrevido.

— Oh sem essa! Macho amigo, Rhysinho, macho amigo.

— Foco! — Amren rosnou.

— Entregar a outra metade do livro pode salvar todos eles, todos nós. Não acham que essas rainhas estão tranquilas e exigentes demais? Humanos não tem chance contra um exército de feéricos. — Encolhi os ombros. — No lugar delas eu estaria buscando aliados e unindo forças.

"Talvez estejam fazendo isso." O sussurro me deixou aflita.

Nos acomodamos na sala discutindo sobre o assunto, não podíamos entrar lá e simplesmente pegar como fizemos na Estival. Aquele lugar é uma fortaleza contra feéricos, por isso Az não conseguiu infiltrar seus espiões. Ele foi bem específico quando disse que se alguém entrar, nunca mais sairá novamente.

Não sabia o que poderíamos oferecer para aquelas rainhas, queriam algo que provasse as boas intenções do Rhysand.

— Então, o que oferecemos em troca? — Feyre perguntou esfregando o rosto. — O que mostramos a elas?

Encarei Rhys com paciência, esperando seu veredito final. Silêncio tomou conta do cômodo. Mordi o lábio inferior quando ele apertou os olhos fechados parecendo arrasado.

— Mostramos Velaris a elas. — Meu sangue gelou.

— O quê? — Disparou Mor.

Ele não queria, era evidente. Sacrificou muito para manter essa cidade segura e agora se sente obrigado a mostrá-la para "provar seu valor". Esfreguei a têmpora negando angustiada. Mãe acima, é demais pedir um pouco de sossego?

— Não é sério que quer trazê-las aqui. — Protestou Feyre.

— É claro que não. Os riscos são grandes demais, recebê-las por sequer uma noite provavelmente resultaria em derramamento de sangue. — Rhys me encarou, esperando que eu dissesse algo, mas permaneci quieta. Ele continuou: — Então, planejo apenas mostrar a elas.

CORTE DE PAIXÕES E SACRIFÍCIOS | ʳʰʸˢᵃⁿᵈWhere stories live. Discover now