Capítulo 12

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Amarantha fez questão de humilhar minha irmã usando o fato de Tamlin não reagir ou se importar com a presença dela. Suas próximas palavras só comprovaram que meu palpite foi certeiro, a grã-rainha tinha tudo e estava entediada.

— Mas vou fazer um negócio com vocês, humanas. — Propôs Amarantha, cruzei as mãos a frente do corpo em silêncio. — Completem três tarefas escolhidas por mim, três tarefas para provar o quão profundo são o senso de lealdade e o amor dos humanos, então Tamlin e Lucien serão libertos. Apenas três pequenos desafios para provar sua dedicação, para provar a mim, ao querido Jurian, que o tipo de vocês pode mesmo amar, e poderão tê-los. — Amarantha se virou para Tamlin. — Considere isso um favor, Grão-senhor, esses cães humanos podem deixar nosso povo tão cego de desejo que perdemos todo o bom senso. É melhor que você e seu emissário vejam a verdadeira natureza delas agora.

— Também quero a maldição quebrada — Feyre disparou. Amarantha arqueou a sobrancelha esperando que eu dissesse algo, mas permaneci escutando e observando. — Completamos todas as três tarefas, e a maldição é quebrada, e nós duas, e toda a corte de Tamlin, podemos sair daqui. Livres para sempre.

Sempre há uma casca de banana, ela não deixaria algo tão bom se firmar sem tentar nos enganar como fez com todos os grão-senhores. Feyre está abalada com a situação, mesmo tentando esconder como a indiferença de Tamlin a afetou.

Estou ansiosa para ouvir qualquer palavra que saía da boca dela tentando dobrar esse debate ao seu favor. Não permitirei que nada passe da minha percepção, não depois do que aconteceu.

— É claro. — Ronronou Amarantha me deixando enjoada. — Incluirei outro elemento se você não se importar, apenas para ver se são dignas de nosso povo, se são inteligentes a ponto de merecê-los. — Amarantha estalou a língua.

O olho parou de se mover em seu anel. Aí está. Ela continuou sua jogada:

— Darei uma saída a vocês, meninas. Completem as três tarefas e quando não aguentarem mais, só precisarão responder uma pergunta. Um enigma. Resolvam o enigma, e a maldição será quebrada. Instantaneamente. Nem mesmo precisarei erguer o dedo. Podem responder a qualquer momento, mas, se responderem incorretamente... — Amarantha apontou para os cadáveres.

Um sorriso pequeno enfeitou meus lábios, pela primeira vez no dia. Ela me encarou, suas narinas dilatando, definitvamente, Amarantha odeia quando eu abro a boca.

— Não concordo. — Sibilei.

— Com o que você não concorda? — Amarantha apertou os lábios.

— Com as entrelinhas, com os termos, com tudo. Não concordo. Posso colocar em outras palavras? — Minha mente trabalhava freneticamente por trás da expressão casual.

Nossa plateia se calou e Feyre ficou tensa, com a minha interrupção ela percebeu que deixou algo passar.

— Faça. — Ordenou Amarantha entredentes.

Formulei repetidas vezes mentalmente antes de falar:

— Se cumprirmos os três desafios, a maldição será quebrada imediatamente. Ou se apenas desvendarmos seu enigma, a maldição também será quebrada imediatamente. Simples e benéfico para ambos os lados.

Feyre soltou a respiração presa, e Amarantha engoliu sua lábia dos infernos. Se for para libertar que sejam todos de uma vez.

A multidão começou a cochichar sobre a relutância da Grã-rainha, tornando a caverna uma confusão barulhenta. Senti o aperto gelado e discreto de Feyre em minha mão, alivio admirado em seus olhos.

Todos os feéricos sabiam, Amarantha foi encurralada por mim, ela tinha duas opções óbvias, uma pode acabar mal para seu lado da corda, destruindo sua reputação, e a outra colocaria seu reinado na berlinda. Covardia e risco.

Amarantha é conhecida por desafiar um rei, ela morreria antes de recuar em uma batalha contra dois "lixos humanos" segundo o Attor.

Meus olhos continuaram pregados nos dela, estamos jogando um jogo perigoso, Amarantha encontrou uma oponente e não está nenhum pouco feliz.

— Silêncio! — Ela grunhiu, sua ordem surtiu efeito. — Pois bem, se cumprirem os três desafios, a maldição será quebrada imediatamente. Ou se apenas desvendarem meu enigma, a maldição também será quebrada.

— Imediatamente. — Cantarolei a palavra como se fosse uma forma de atacá-la. E realmente era.

— Imediatamente. — Acrescentou ela, morte brilhando em seus olhos de ébano. Meu coração acelerou fortemente.

Eu sou forte. Repeti para mim mesma, tentando não estremecer diante dela, a desgraçada é assustadora.

Apertei os lábios dando passe livre para Feyre continuar tirando dúvidas relevantes, mantendo-me atenta a cada palavra. Temo que se eu abrir a boca novamente, a ruiva raivosa me mate antes mesmo do acordo começar.

Minha irmã ficou mais confiante, Feyre sabe que eu estou a espreita evitando que Amarantha banque a palestrante sádica.

— Qual a natureza das tarefas?

— Ah, revelar isso tiraria toda a diversão. Mas direi que vocês terão uma tarefa todo mês, na lua cheia.

— E enquanto isso? — Feyre fitou Tamlin. Apertei maxilar desejando ardentemente sacudir ele pelos ombros, gritando um; reage.

— Enquanto isso... — Disse Amarantha, em tom afiado. — Deverão permanecer em uma cela, ou fazer qualquer trabalho adicional que eu solicitar.

Mordi a língua impaciente com a esperteza dela, engolindo o gosto de sangue com força. É claro que ela não se contentaria.

— Se você nos esgotar, isso não vai deixar a gente em desvantagem? — Feyre sondou vendo a intenção escondida. Boa...

— Nada além de afazeres domésticos básicos. É justo que trabalhem para se sustentar.

Broaca.

Não é como se eu nunca tivesse trabalhado na vida, passei dez anos caçando para sobreviver, arrastando um aninal nos ombros com a barriga doendo e fraca. Posso fazer isso sem reclamar agora, a vida da minha irmã caçula e a liberdade de um povo está em jogo, não vou exitar, tratarei essa Corte como um terreno de caça.

Feyre também não se incomodou com aquele acréscimo e Amarantha precisava de um conforto para se sentir com vantagem sob nós.

— Então, estamos de acordo?

Encarei Feyre, perguntando silenciosamente sua decisão, recebi um aceno positivo dela.

— Estamos de acordo. — Decretei.

Amarantha sorriu breve e estalou os dedos, magia circundou o ambiente, firmando nosso acordo.

— Dêem a essas insolentes uma saudação digna de meu salão.

Mal processei suas palavras antes de um punho potente atingir meu maxilar. Inferno sangrento! Senti minha costela ser esmagada pelo Attor. Escutei os ofegos de Feyre um pouco distante. Viramos os sacos de pancadas daqueles feéricos.

Em um rompante, puxei uma faca da cintura, atingindo a asa membranosa do Attor, rasgando-a. Asas são importantes, eu comprovei com meus próprios olhos o que a perda delas pode causar. Fiz o maior estrago que podia antes de desmaiar, escutando o grito estrangulado do Attor.

CORTE DE PAIXÕES E SACRIFÍCIOS | ʳʰʸˢᵃⁿᵈWhere stories live. Discover now