capítulo 66: lembranças ruins

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Uma semana depois...

Aaron

Passei algumas horas no apartamento de Abigail, conversando com ela e Mike. Maya foi para a escola, então estava apenas eu e o casal ali.

— Soube que contratou uma substituta para Anna. — Abigail comentou casualmente e eu me senti um pouco incomodado.

Se ela soubesse que se tratava de Juliet...

— Sim, contratei. Ela trabalha bem. — admiti a contragosto. — Não tenho do que reclamar.

— Que bom. Qualquer hora dessas, eu irei ao apartamento conhecê-la. Se ela for tão gentil quanto Anna, poderemos até fazer uma amizade.

Quase engasguei com o suco que estava tomando.

Mike franziu o cenho, mas não disse nada.

Abigail continuou falando, claramente não percebendo meu desconforto.

— Quantos anos ela tem?

Eita, ela me pegou!

— Hm, não faço ideia. — menti.

— Como não? — estranhou. — Você não viu seus documentos?

— Sim, mas não me atentei à idade. Só contratei. Estava com pressa.

— Hm. — estreitou os olhos. — Não é muito jovem e bonita, certo?

— Não. Posso assegurar. – menti.

— Aaron!

— Estou falando sério, Abigail. Não se preocupe, não irei comer minha funcionária, se é isso que está pensando.

Arregalou os olhos.

— Que palavreado é esse? Tenha modos, menino! — ficou vermelha e Mike engasgou com o riso enquanto saía da sala.

— Oh, me desculpe. — disse sem jeito e bebi o suco de maracujá. Eu realmente estava precisando de um efeito calmante.

Merda, eu não poderia esconder Juliet por muito tempo, mas o que eles iriam pensar se descobrissem?

— Preciso ir pra casa. — chequei meu relógio de pulso.

Passava das 14h.

Eu até já tinha almoçado por ali, mas precisava voltar para casa. Antes que... antes que a garota fosse embora.

— Oh, tão cedo?

Sorri.

— Não posso morar aqui. — eu me aproximei da saída. — Tchau.

— Tchau, Aaron. Apareça mais vezes. Você mora quase ao lado.

— Eu aparecerei mais vezes. — prometi. — Assim que Maya chegar da escola, diga a ela pra passar lá em casa. Comprei aqueles salgadinhos que ela adora. Peça pra ela levar seu pijama também. De manhã cedo trago ela de volta pra cá.

Eu esperava passar algum tempo proveitoso com minha irmã, assistindo filmes e comendo besteira. Maya gostava do meu apartamento. Eu tinha reservado uma sala de jogos especialmente para ela. Ela adorava.

No dia seguinte, não tinha risco de ela encontrar Juliet, afinal eu a traria para sua casa o mais cedo possível, pois ela tinha escola.

Voltei para meu apartamento e estranhei o profundo silêncio assim que cheguei.

A casa estava impecável e Juliet havia preparado a refeição. Nada fora do lugar, com exceção de sua aparente ausência. Será que já tinha ido embora. Mas nem eram 16h ainda?

Para Sempre, JulietOù les histoires vivent. Découvrez maintenant