capítulo 30: prisão domiciliar

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Pela manhã, após Aaron me deixar em um ponto um pouco distante, eu caminhei em direção à mansão.

Passei discretamente pelos seguranças que não fizeram perguntas e segui em direção a grande entrada da minha casa. Abri a porta mansamente, evitando fazer barulho e já imaginava que meus pais deveriam ter saído. Mamãe provavelmente estava em algum salão de beleza e papai devia está no trabalho.

Eu poderia me safar facilmente por algumas horas.

Mas não foi bem isso que aconteceu assim que abri a porta.

Meus pais estavam me encarando.

Furiosos no meio da sala.

Estremeci já imaginando o pior e então papai perguntou; a voz estranhamente calma:

— Onde você esteve esse tempo todo, Juliet?

— Eu... eu... — gaguejei, vermelha. Droga, o que eu iria falar? — Eu estava por aí. — disse a primeira coisa que pensei e logo me arrependi quando o semblante de papai se tornou lívido.

— Onde você estava? — rugiu, e estremeci.

Abaixei o olhar, encarando meus pés.

— Na casa de uma amiga. — menti.

Mamãe continuava em silêncio e eu sabia que ela não tentaria me safar dessa. Como sempre!

— Que amiga?

— Hm... — pensei em uma saída. — Whitney! — inventei. Se eu dissesse o nome de alguma garota que papai conhecia, ele investigaria isso até descobrir a mentira. E agora eu não poderia usar Raylee de álibi, afinal ela não merecia estar envolvida nos meus problemas.

— Quem é essa? — franziu o cenho.

— Uma... uma nova amiga que fiz na escola. É uma amizade recente. — suspirei. — A ideia de casamento me assustou então...

— Você fugiu como uma covarde. — sentenciou, aproximando-se. Quase recuei, mas não demonstraria mais medo do que já tinha demonstrado. — Jackson Daniels se decepcionou com sua "educação" questionável, mas felizmente não recusou a proposta de casamento entre você e Elijah. — disse em um tom de voz baixo. — A propósito, sei que essa Whitney é apenas invenção. Acha mesmo que sou idiota? — disparou.

Gelei.

— Sei que estava enfiada no antro daquele marginal como uma verdadeira vagabunda. Posso supor isso. Posso supor também que você mentiu ao dizer que terminou tudo com ele. Você acha que pode me enganar, querida? — seu tom de voz era ameaçador e isso me assustava bastante. Mais do que se ele tivesse me dado um tapa. Seus olhos estavam fervendo de raiva.

— Vou deixar você se iludir com esse conto de fadas por enquanto, mas isso não vai me impedir de enxotá-la para a maldita Inglaterra. Em breve tudo se ajeitará. Guarde minhas palavras. — completou. — Agora vá para o seu quarto. Está de castigo por três dias. Usará esse tempo para refletir sobre a merda que fez.

Ampliei meus olhos.

— E a escola...?

— Nada de escola. Ficará em seu quarto por esses dias. Até quarta-feira e nem pense em me contrariar ou estenderei seu castigo um pouco mais. Terá suas refeições e banhos lá. Não quero ver sua fuça tão cedo na minha frente. Vá! – rugiu com voz de comando e não hesitei antes de subir as escadas com pressa e apreensão.



#*#

Quarta-feira

Em meu uniforme escolar, soltei um suspiro de alívio.

Para Sempre, JulietWhere stories live. Discover now