capítulo 32: provocando

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Aaron

Na sexta, segui para a escola com a animação de sempre: mandíbula apertada, olhar cerrado... Bom, era uma reação comum para mim. Ser reservado em uma escola como esta era uma vantagem. Além do meu círculo normal de amizade, eu apenas suportava os outros. Nada neles chamava a minha atenção para uma potencial amizade.

— E aí. Como você vai aproveitar a noite de sábado?

— A banda não vai mesmo tocar?

— Não. Só na semana que vem. Jason já comunicou. — Colton disse. — É tipo uma folga pra gente.

— Hm. Não sei o que tem de bom pra fazer. Acho que só vou ficar em casa mesmo. Assistir algum filme.

— Que triste. — Alan disse com uma careta. — Por que não sai com a sua garota?

É. Eles sabiam sobre Juliet há muito tempo.

— Os pais dela não vão deixar nem fodendo. Não vão facilitar. Por outro lado, o meu lance com ela tá sendo bem discreto.

— Que merda de situação. — Alan meditou.

— O que vocês vão fazer no sábado?

— Sair, beber, beijar algumas meninas... somente isso. — Colton deu de ombros.

Os outros caras na mesa conversavam alto, então tínhamos que aumentar o tom de voz para sermos ouvidos. Na verdade, todo o refeitório estava barulhento àquela tarde.

— Tenho um jantar pra ir com a minha família. Odeio essas porcarias de eventos. — Alan encarou a mesa. — Principalmente porque nesse dia tenho que disfarçar minha... aparência. — revelou.

— Como assim? — Colton estava surpreso.

— É a exigência do meu pai em encontros do tipo: nada de brincos, tatuagens descobertas... a sorte é que não dá pra extrair o piercing tão facilmente da sobrancelha, então eles tem que engolir. Além disso, tenho que usar umas roupas caretas com mangas longas que cubram minhas tatuagens e me comportar como um engomadinho. É um porre toda essa situação.

— Parece insuportável a meu ver. — comentei. — Pensei que você fosse o mesmo dentro e fora da escola.

— Na verdade só tento disfarçar minha aparência e um pouco do meu comportamento nesses eventos, pra não decepcionar ainda mais meu pai. É a única maneira de ele me deixar sair e fazer o que quiser sem precisar me deserdar. Uma condição. É meio complicado. — Alan deu de ombros.

— Mas o velho é ruim pra você? Tipo muito controlador? — Colton questionou.

— Ele é exigente pra caralho. — bufou. — Mas dá pra suportar... Por enquanto.


#*#


Após o almoço, segui com os caras pelo corredor.

O alarme ainda não havia tocado para encerrar o horário do almoço, então ainda tínhamos um tempo antes das aulas.

Meu olhar estava baixo enquanto eu caminhava e os outros caras estavam entretidos em uma conversa qualquer.

Ouvi a risada de Colton.

O barulho ao redor cessou quando alguém lançou um taco de basebol aos meus pés.

Um maldito taco de basebol.

Ergui o olhar.

Tyler Reeves estava me encarando com diversão.

O olhar de desprezo de sempre.

Para Sempre, JulietWhere stories live. Discover now