Para Sempre, Juliet

capítulo 53: adeus, aaron james

Juliet

Alguns dias haviam se passado desde o meu rompimento definitivo com Aaron.

Eu não gostava de recordar os momentos ruins que vivenciei ou o olhar de decepção no rosto de Aaron. Eu não gostava nem um pouco, mas era inevitável lembrar.

Tudo ainda estava bem vívido na minha cabeça e eu buscava uma maneira de esquecer, mas sabia ser impossível.

Papai me obrigou a cortar o contato com todo mundo, incluindo Raylee. Ele tomou meu celular de mim e fez questão de destruí-lo diante dos meus olhos. Depois uma das empregadas veio recolher os restos do aparelho.

Eu estava definidamente isolada naquela mansão, sem contato com o exterior e sem acesso à internet. O computador continuava no quarto, mas sem rede era impossível manter contato com qualquer pessoa. Tive que apagar minhas redes sociais também, diante dos olhos dos meus pais, é claro.

Pelo menos em meio a tudo isso eu tinha algo de bom: meu filho. Minha pequena esperança.

Eu sentia falta do pai dele. Sentia falta de sua pequena tia, Maya. Também sentia falta de Raylee, Mike e Abigail.

Tantas lembranças. Boas e ruins. No final das contas eu estava sozinha. Eu ainda podia circular pela mansão e arredores, mas não sentia vontade de sair daquele quarto.

Com lágrimas nos olhos, vi quando papai adentrou o cômodo ao lado de uma mulher aparentemente mais velha do que ele.

Tia Rowena.

Eu a tinha visto há três anos, mas não conversamos muito. Na verdade, ela fez uma visita muito breve à mansão e não se prolongou antes de ir embora.

Tia Rowena perdeu o marido há cinco anos e nunca conseguiu namorar outra pessoa depois disso, então vivia sozinha em New Hampshire. Na verdade, ela vivia de roupas escuras e tinha um comportamento calmo. Diferente do irmão e do resto da família, ela parecia ser uma boa pessoa. Nunca me transmitiu falsidade ou algo do tipo, o que era algo raro para uma "Connelly".

Surpreendentemente eu ainda recordada o olhar afetuoso.

E ele continuava ali.

Passei a mão sobre os olhos, afastando as lágrimas recentes. Eles notaram, mas não disseram nada a respeito.

— Aqui está sua tia, Juliet. Ela irá cuidar de você a partir de hoje, até que tenha a criança. Não se preocupe, você estará em boas mãos. — papai disse.

Tia Rowena continuava me analisando.

— Olá, querida. — ela esboçou um sorriso e papai resmungou uma despedida antes de sair do quarto. — Cheguei a Chicago ainda a pouco e fiquei sabendo do ocorrido com seu namorado. Sinto muito.

— Papai contou tudo para você? — questionei curiosa

— Não tudo, mas com o básico pude detectar a atitude tirana de seu pai. — fiquei sem jeito e ela logo disse. — Não fique acanhada. Eu entendo sua situação e não concordo com os métodos de Eric. — sussurrou a última parte e a observei com surpresa. — Irei tirá-la dessa casa de pesadelos. — ainda estava sussurrando de maneira conspiratória. — Eu assegurarei que você viva bem em Hanover pelo tempo que estiver lá. — sentou-se ao meu lado na cama. — Imagino que não esteja sendo fácil para você, mas não irei tratá-la mal. Não irei tratá-la como seus pais repugnantes a tratam. — logo depois se deu conta do que disse e levou a mão à boca. Surpreendentemente consegui esboçar um pequeno sorriso. — Oh, perdão!

— Não precisa se desculpar. — sussurrei de maneira conspiratória também. — Eles são horríveis mesmo.

Tia Rowena riu e, pela primeira vez após alguns dias nebulosos, eu me senti mais leve.