Para Sempre, Juliet

capítulo 23: sobre decisões imaturas

Aaron

Sábado

Eu não gostava de ir àquele lugar.

Era chato pra caramba, mas eu tinha que suportar isso até o final do ano. Pelo menos o sr. Allen parou de fazer perguntas estúpidas e se tornou mais objetivo. Ele passou a me entender ao longo desses anos e isso tinha suas vantagens.

— Quanto tempo sem vê-lo, senhor James. — comentou assim que me sentei no sofá.

— Só faz uma semana. — resmunguei e ele sorriu.

— Animado como sempre. Posso ver. — ampliou o sorriso, checando seu celular. — Vamos lá. Estou feliz em vê-lo novamente na terapia. Cada sessão é importante. Sabe disso, não é?

— Não é tão ruim.

Na verdade, ajudou a colocar minha cabeça caótica no lugar depois da morte do meu pai. Eu tinha que admitir que Jeremy Allen tinha um dom com conversas profundas, mesmo que fosse um pouco entediante às vezes. Eu tinha que fazer terapia. E isso começou quando eu ainda tinha 14 anos de idade. A assistente social disse que era obrigatório e me ajudaria, então tive que entrar nessa.

— Bom, como foram esses dias para você? Se divertiu com seus amigos?

— Sim. — admiti. — Foi legal. Também toquei com a banda.

— Aquele seu amigo ainda é integrante dela?

— Jason?

— Esse mesmo.

— Sim.

Eu já havia comentado sobre Jason com ele. Na verdade, tive que revelar boa parte da minha infância, e se Jason fez parte dela não podia ficar de fora. Eu o conheci durante a quarta série no ensino público. Ele foi o único amigo que conhecia meus problemas familiares na época e passou a me conhecer como ninguém. Era como um irmão e eu não abriria mão de sua amizade.

— Que bom. Sempre mantenha os bons amigos por perto. Como está sendo com os outros garotos?

— Da banda?

— Isso.

— Bom, nos tornamos mais próximos nos últimos dias. A entrada de Colton e Alan ainda é recente, já que antes eram apenas eu, Jason, Zachary e Gavin. Os novos caras são legais. Até mesmo Alan, que faz parte de um círculo social diferente do meu. Temos muitas coisas em comum.

— Hm, isso é ótimo. — disse animadamente. — Desejo entrar em outro assunto... que pode parecer um pouco vergonhoso para você. — sorriu pretensiosamente e estreitei os olhos. — Como está sua vida amorosa? Você parece diferente. É por causa de alguma garota?

— Há vários motivos que podem estar por trás do meu comportamento. E não apenas algo "amoroso". — fiz uma careta.

— Mas acredito que seja o último. Está muito óbvio. — estudou minha fisionomia e fiquei um pouco nervoso com o assunto que ele tentava propor.

— Como sabe que...?

— Eu não sabia, mas deduzi. E pelo jeito você acabou de confessar.

— Droga!

Jeremy riu da minha expressão.

— Não se preocupe, garoto. Antes de ser seu psicólogo, também sou um amigo. Se permitir, é claro. Pode despejar seus mais íntimos segredos. Sou um túmulo.

— Nem pensar. Ficou maluco? — resmunguei. Jeremy estava se divertindo. Idiota! — Bom, quer dizer, eu conheci uma garota recentemente. — disse a contragosto.