Capítulo 47.

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Recriando.

Pov – Harry.

─ "Mamãe lindo"! Fala, monstrinha. – Ela bate os bracinhos, sentada no chão da sala, onze meses de puro amor e olhos verdes brilhantes. Todos dizem que se parece comigo, mas sempre acho que Ally me lembra Louis. – Você parece o papai, mas olha lá, nada de puxar o humor dele. Papai é meio troglodita, não é?

Ally resmunga qualquer coisa que só Louis entende, o tempo todo ele parece saber o que ela pensa, quer ou sente. Tem uma coisa entre eles que me deixa cada dia mais apaixonado.

─ Mamãe! Se disser "papai" primeiro, ele vai atirar isso na cara para sempre. – Beijo seus cabelos crescidos e lisos, igual ao do papai. Adoro seu perfume suave. – Papai já está vindo, então vamos ao que interessa, nossa aula de pôquer.

Espalho as cartas no chão, Ally bate as mãozinhas sobre elas e solta gritinhos. Claro que está feliz, é pôquer, quem não ficaria?

─ Já sabe, não é, meu amor? Esse é um As de copas. – Mostro a carta a ela e sua reação é tomá-la da minha mão. – Entende a importância dessa carta? Filha, isso é um passo para a vitória.

─ Harry! – A voz de Louis chega aos meus ouvidos antes de vê-lo. Ergo meu olhar e lá está ele, me olhando de braços cruzados. – Pôquer?

─ Queria que eu ensinasse paciência? – Ele caminha para nós. – Ela nem colabora e olha isso, já está comendo o As. Mostrinha, é para esconder na manga, não na boca.

─ Idiota! – Louis diz rindo, se deitando no chão e beijando Ally, que agarra seus cabelos rindo muito feliz. – Oi meu amor. Papai chegou, está a salvo.

─ Troglodita!

Ele me puxa para ele, beija meu pescoço e depois meus lábios. Seu amor por Ally não diminui em nada seu amor por mim, Louis sabe se dividir e ser inteiro para nós dois, ele nunca cansa de fazer a coisa certa.

─ Está consciente que ela vai aprender a falar troglodita e vou ficar bem bravo com você?

─ Idiota é mais fácil, ela vai aprender primeiro. – Faço bico, pisco com aquele meu olhar pidão. – Sempre me chama de idiota, maluco, louco e outros, mas me dá preguiça de pensar.

─ E eu tenho muitos adjetivos também.

─ Aí amor, deixa ela chamar como quiser. – Desisto. – Como estão as coisas?

─ Tudo indo bem. Mas... – Odeio o "mas", sei que ele vai sair lá fora e já estou até vendo. Me arrumo em seus braços, Alien fica de pé se apoiando em Louis e da dois passinhos incertos até nós dois, Louis a envolve enquanto ela se distrai com meus cabelos.

─ Odeio isso. Quando?

─ Logo, não será grande coisa. Rosita e Mark já acharam o que precisamos, uns quilômetros ao norte e três horas de carro.

─ O que precisam?

─ Umas placas, Eugene garante que com elas teremos 100% de energia. Imagine luz noturna e água quente todos os dias?

─ Grande merda! Luz noturna só vai servir para convidar zumbis e inimigos, água quente eu posso conseguir em um fogão a lenha.

─ Sei que não quer que eu vá, Harry, mas preciso. Nós vamos num grupo grande para não ter riscos, pegamos e voltamos, metade do dia fora, é tudo que peço.

─ Ei Alien, não mastiga o rei. – Tiro a carta de sua mão, ela me olha e sorri. Um dia vou morder sua bochecha e Louis vai pedir o divórcio. – Falou sim, Louis, o padre perguntou e você disse sim. Se não queria, era só ter dito não.

Caminhando Entre os Mortos | larry versionWhere stories live. Discover now