Capítulo 4.

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Passeio de moto.


Pov – Louis.

Esse garoto surgiu com uma única função, me deixar maluco, nada além disso. O tempo todo ele me desafia e confunde e só consigo responder aos estímulos, como se estivesse preso a ele.

De manhã aquela briga ridícula por conta da moto, claro que achei legal ele gostar de motos, mas deixa-lo sair por aí com ela já é uma outra história. E depois de passar o dia na rua pensando nele, chego e lá está o garoto, lindo com aquela cara de anjo, deitado na minha cama me esperando. Isso não pode estar certo, eu sou forte, mas tudo tem limite e ele está testando todos os meus.

Depois simplesmente fala sobre cortinas, é um garoto que gosta de privacidade eu sei e todos pensam nessas coisas, acho que pensamos mesmo depois do fim do mundo. Eu convivo principalmente com Zayn e Beth, sei como é isso, mas estávamos brigando, ou para ele é só diversão? Não que seja ruim, até que é bom, ele me irrita um pouco, mas me faz rir também.

Harry me confunde tanto que quando vi, estava prometendo leva-lo para fazer o maldito passeio que ele tanto quer. Sim, porque é isso que ele quer, dar uma volta lá fora como se fosse primavera em Paris.

Eu como sozinho, vejo que ele conversa um pouco com Zayn e depois se distância, come sentado na outra extremidade, sozinho e silencioso. Pra mim, ficar sozinho é normal e bom, mas ele é tão cheio de vida, acho que adoraria estar conversando e rindo, ele tem mesmo um sorriso bonito.

Harry some para sua cela e eu fico querendo ir atrás dele, me controlo.

− E então, como estão as coisas com o Harry?

− O quê? − Niall vai mesmo continuar com isso.

− Vamos, me diga. Está interessado, não está?

− Boa noite, Niall! − Eu me afasto. – O mundo acabou, não sei se percebeu, não tem mais lugar para isso. − Ele ergue a sobrancelha e me olha com um ar de riso, aponta Zayn e Liam.

− E o que me diz dos dois?

− Não costumo dizer nada da vida de ninguém. − Eu o deixo, não tenho planos de me envolver, tenho passado por isso muito bem sozinho, já tenho mil coisas para me preocupar. Uma família inteira que surgiu na minha vida e que não fazia parte dos meus planos, mas que agora preciso manter inteira, não vou me desconcentrar disso, simplesmente não vou.

Enquanto penso a respeito, caminho para a cela dos fundos do corredor, onde guardamos as coisas que costumamos usar quando saímos ou entramos fundo na prisão, lá estão as armas, munição e lanternas.

Pego uma lanterna e subo, isso não é nada demais. O garoto não dorme bem e não custa ser gentil às vezes, não é como se eu estivesse abrindo espaço para ele, porque não estou.

Paro na porta e Harry está na cama deitado olhando para o teto, acendo a lanterna e foco em seu rosto. Ele sorri, isso parece provocar algo em mim, uma coisa estranha que me faz sorrir de volta.

− Você se lembrou. − Ele se levanta e caminha até mim, estendo a lanterna, mas ele pega minha mão ao invés do objeto e me puxa para sua cama, se senta e sem escolha me sento a seu lado. – Vamos ver como funciona isso.

Harry acende a lanterna e mira na parede a nossa frente, faz movimentos com ela e ri como se tivesse cinco anos.

− Louis! − Ele me olha como se tivesse tido uma ideia. – Já brincou de contar histórias de terror com apenas a lanterna acesa?

− Não!

− Eu brincava quando era criança, minha irmã é muito mais velha e sempre me assustava, depois eu não dormia à noite e mesmo assim, adorava.

Caminhando Entre os Mortos | larry versionWhere stories live. Discover now