Capítulo 29.

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Refém mais uma vez.

Pov – Harry.

─ Acho que não devíamos ter saído dos trilhos, e se nos desencontrarmos do Louis? ─ Eu digo, enquanto caminhávamos por uma estrada.

Em outros tempos, seria um passeio encantador, é uma estrada pequena, coberta por terra batida e folhas secas, cercada por árvores perfumadas que escondem um pouco o cheiro da morte que nos acompanha dia e noite. A tarde está chegando ao fim, logo vai ser noite e não suporto mais uma noite sem Louis.

─ Esperava que tivessem algumas casas por aqui, quem sabe uma loja qualquer. ─ Michonne diz, caminhando ao lado de Oli, eu e Carl nos olhamos e sorrimos um para o outro. Não me canso de ficar feliz por tê-lo de volta.

─ Eu sei que estão com fome, mas e o Louis? ─ Insisto.

─ Deixou mais uma pista para ele, se Louis encontrar, ele...

─ Não tem "se", Oli, ele vai encontrar, não tratem isso como apenas uma possibilidade. ─ Eu digo muito firme. – Nós nos encontramos, não foi?

─ Desculpe, Harry! Deixou a camisa dele, Louis vai te encontrar. Ele mesmo pode ter saído dos trilhos e vindo por aqui para achar comida.

─ Adoraria acreditar nisso, mas aquele imbecil acha que é mais fácil ficar caçando cobras na floresta, ao invés de arrombar uma porta.

─ Nisso ele está certo. ─ Michonne diz quase sorrindo, essa gente bem que podia sorrir mais. Vemos um carro abandonado na estrada, podia ter comida lá, assim eles desistiam de continuar andando e podíamos voltar para os trilhos.

─ Olhem! ─ Carl diz correndo na frente, Michonne enfia sua Katana na cabeça de um zumbi no chão, o cara devia estar ali desde antes do apocalipse, porque era apenas um resto de qualquer coisa, quase criando raízes.

Investigamos o carro, não tinha grande coisa, mas era um lugar razoável para passarmos a noite já que começava a escurecer. Oli faz uma pequena fogueira e nos sentamos em torno dela.

─ Falta pouco para chegarmos ao Terminus, se estão recebendo pessoas, devem ter uma estrutura, quem sabe? ─ Oli diz, olhando para o fogo.

─ Não podemos ter certeza. ─ Michonne é sempre pessimista, mas nesse caso, eu bem que entendo, gente chamando pessoas é meio estranho.

─ Eu também acho que temos que ficar de olho, esses cartazes que disseram ter visto por aí, são muito suspeitos. A gente mal consegue o que comer e eles ficam chamando mais bocas para alimentar? ─ Eu comento. – A não ser que a gente seja o jantar. ─ Os três me olham e dou de ombros. – Foi só uma brincadeira.

─ Carl, vá para o carro e descanse um pouco. ─ Oli diz e ele olha para mim, depois para o carro.

─ Está com medinho, é? ─ Eu brinco, Carl ri e faz uma careta. Ele segue para o carro, senta e logo fecha os olhos. – Nem acredito que ele está aqui. ─ Digo feliz e Oli sorri. – Quando o Louis chegar, nós podemos recomeçar e construir de novo um lugar, não precisamos desistir, nunca vamos fazer isso.

─ Harry... Sobre o Louis...

─ Não diz. ─ Eu advirto, não aceito a hipótese, de modo algum. Ele vai ficar louco, culpado e arrependido, depois vai se colocar de pé e me achar. Esse é o Louis eu o conheço e ninguém vai me dizer o contrário. – Minha irmã sempre me disse que o homem perfeito para mim, tinha uma característica muito especial, ele não morreria. Eu sei o que estão pensando, que ele devia ter um S no peito, mas não, ele tem uma besta nas costas.

Ouvimos um barulho, como passos sobre gravetos, ficamos alerta, mas o barulho desaparece e relaxamos mais uma vez. Me levanto pensando em ir ficar no carro com Carl quando tudo acontece de uma vez, um homem me imobiliza com uma arma na minha costela, enquanto o outro encosta uma na têmpora de Oli e mais um aponta uma arma para Michonne. Olho e vejo mais um encostado no vidro do carro, olhando Carl dormir e o quinto homem, apontava sua arma de um modo a nos manter todos rendidos.

Caminhando Entre os Mortos | larry versionOnde histórias criam vida. Descubra agora