Capítulo 23.

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 Ciúme.

Pov – Louis.

Harry acaba adormecendo e só acorda na hora do jantar, eu o vejo descer sorridente já esquecido dos momentos tensos que passou mais cedo, gosto de como ele se refaz rápido, sempre otimista e esperançoso.

Comemos reunidos com nossa família, Harry e Niall conversando com Zayn e Beth, enquanto eu e Oli discutimos questões sobre a prisão. No fim do jantar, deixamos o refeitório em busca de um pouco de ar, a prisão é claustrofóbica na maior parte das vezes.

− A noite está bonita, não acha?

− Muito! − Eu acabo rindo e Harry me olha.

− Do que está rindo?

− Você sem assunto, falando da noite? − Ele revira os olhos.

− Estava sendo romântico, seu bobo, quando foi que fiquei sem assunto?

− Jamais, nunca fiquei um minuto inteiro sem ouvir a sua voz.

Nos sentamos num banco e assistimos a pilha de zumbis se aglomerar nas grades famintos e desesperados. Mecanicamente eles gemem, enfiam os dedos pelas grades e ficariam ali para sempre, não desistem e não mudam o foco, a não ser que carne fresca os chame a atenção em outro lugar.

− Mudo? − Ele me olha tampando a boca, de volta aos cinco anos.

− Já deu um minuto? − Harry me pergunta e afirmo. – Aposto que ficou bem agoniado querendo ouvir essa minha voz suave e angelical.

− Nossa, cheguei a pensar em me matar. − Ele ri e volta sua atenção mais uma vez as grades.

− Bando de agarradores. − Comento e ele concorda com um movimento de cabeça.

− São tão estúpidos. − Harry diz, se encostando em mim. – Metodicamente estúpidos e cansativos, ao mesmo tempo que apavorantes e assassinos, nunca vou entender como aconteceu tão rápido, em um mês o mundo que conhecíamos deixou de existir.

− Menos que isso em muitos lugares, se espalhou rápido demais.

− Por que eles estão se juntando tanto aqui?

− Não sei, talvez porque agora somos muitos aqui, o barulho e o cheiro, isso chama atenção, com certeza.

− Antes quando eram só vocês, tinham poucos?

− Quase nada, um ou outro, principalmente depois que limpamos a prisão.

− Louis! − Ouvimos Liam chamar próximo a cerca, uma dúzia de zumbis forçando o mesmo espaço era perigoso, podiam derrubar as grades e então estaríamos com problemas.

− Vou ajudar o Liam, fica aqui, nós damos conta.

Deixo Harry e sigo em direção a Liam, pego um pedaço de ferro deixado ali propositadamente e começo a enfiar a estaca nos zumbis. Olho para o pátio e vejo Harry entrando para o bloco D, obviamente está indo encontrar o amiguinho dele, usa a irritação para acerta firme os zumbis, derrubo sozinho uma dúzia deles.

− Irritado? − Liam me pergunta.

− Não! − Digo apenas, largo o ferro e caminho de volta, limpar ficaria para a manhã seguinte.

Não espero por Harry, sigo direto para nossa cela e me atiro na cama de péssimo humor. Me viro de um lado para o outro, até que meia hora depois, Harry entra, pega a lanterna, liga e se troca. Está o tempo todo em silêncio, eu também fico mudo.

Harry passa por cima de mim, me esmaga como de costume e se aconchega em meus braços.

− Está dormindo já? − Ele me pergunta, demoro um pouco a responder.

Caminhando Entre os Mortos | larry versionHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin