Capítulo 1.

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Mais um ataque.

Pov – Harry.

− Isolado como sempre! − Emma me diz sentando-se ao meu lado, eu finjo sorrir, depois volto meu olhar para frente, apenas observando a mata. O dia está quente como de costume, e na floresta esse calor fica mais intenso por conta da mata fechada.

− Só pensando um pouco. – Respondo sem muito entusiasmo, a minha volta apenas uma paisagem verde, todo tipo de plantas e a floresta de pinheiros, adoro o cheiro que desprende dos pinheiros em dias quentes como o de hoje. Uma cerca de arame farpado nos protege, não que eu ache isso muito seguro, mas é assim que vivemos agora – Onde estão as crianças? Pergunto sem me interessar muito pela resposta, apenas para não parecer tão irritante como Emma costuma me acusar de ser.

−Cassie está na barraca, lendo um livro que Chase trouxe e Andy como sempre, está atrás do pai.

Meus sobrinhos são sem sombra de dúvidas, a única coisa que presta na porcaria do casamento de minha irmã com Cooper, aquele babaca se acha o centro do universo, o senhor da razão.

Nunca nos entendemos, não seria agora que caminhamos entre os mortos que começaria a funcionar.

− Harry, você podia se esforçar um pouco, não é? Cooper está tentando, não estaríamos aqui se não fosse ele.

Olho para minha irmã mais velha, não escondo meu espanto, o cara é um babaca e por conta de sua mais completa falta de noção, já perdemos mais de dez membros do grupo só nas duas últimas semanas.

− Às vezes acho que não se ouve falando, ou teria noção do quanto isso soa estúpido. − Eu olho de novo para a mata a minha frente, pego minha faca e começo a riscar o chão de terra vermelha, desenhos desformes, meu único objetivo é me distrair das tolices de minha apaixonada irmã. – Escute! − Peço a ela. – Está ouvindo?

− Só o que ouço são os homens trabalhando. − Ela me responde confusa.

− Exato, o mesmo que essas merdas escutam, deve ter um monte deles pela floresta e nesse exato momento, estão como de costume caminhando para nós.

− Mas Cooper quer terminar de montar nosso acampamento ainda hoje, por isso estão frenéticos.

− Terminar hoje para corrermos amanhã, se é que temos um amanhã. − Ela então me sorri e já sei que caminho nossa conversa vai tomar, bufo com vontade de deixar Emma falando sozinha, mas amo minha irmã, mesmo detestando o quanto é submissa e dócil a todas as vontades do imbecil do marido. 

− Sabe você precisa? De um namorado. − Ela brinca, encosta seu ombro no meu me dando um empurrãozinho leve, sorrio a contra gosto. – Mas não pode ser qualquer um.

− Principalmente agora quando temos tantas opções! − Eu zombo.

− Tem que ser um cara de personalidade forte, para conter seus ímpetos, um homem decidido e corajoso que lute ao seu lado, já que você adora uma ação. − Ela me diz e devo concordar com isso, não sou do tipo que senta e espera, gosto de ser dono das minhas escolhas. – Mas ao mesmo tempo, ele tem que ser bondoso, por que meu irmão aqui, nunca deixa ninguém para trás.

− Não é mais um mundo para se viver sozinho. 

− Não mesmo. E além disso, ele mesmo sendo durão, precisa ser sensível o suficiente para saber que às vezes, na verdade quase sempre, você é delicado e quer carinho e cuidado, como todo garoto quer ser amado e protegido!

− E então o quê? Eu vou dar de cara com ele, vou saber que estou diante do homem da minha vida e vamos ser felizes para sempre matando zumbis?

− Você? Emma ri com gosto. – Cego como é, nunca vai se dar conta nem que ele esfregue na sua cara o quanto é perfeito para você, mas não se preocupe, vou estar lá para dizer a você.

Caminhando Entre os Mortos | larry versionWhere stories live. Discover now