Capítulo 30.

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Reagrupando.

Pov – Harry.

O vagão tem um cheiro horrível de mofo, alguma luz que vem das frestas e apenas isso, mas estamos juntos, ao menos uma parte de nós. E isso é mais do que sonhei e sei que de algum jeito, vamos resolver isso, mas enquanto não resolvemos, é preciso matar o tempo e acalmar os ânimos, eu respiro fundo.

─ Alguém está a fim de uma mão de pôquer? Tenho baralho. – Bato no bolso da calça, Carl sorri de lado, mas o resto parece ter ouvido algum impropério, dou de ombros. – Tudo bem, nada de pôquer.

Oli fica olhando pela fresta, acho que tentando pensar em algo, ele sempre fica com as frases de efeito.

─ Por que é sempre o Oli que diz as frases legais? Ele é tipo o protagonista do apocalipse, eu só disse uma até hoje, "estouro seus miolos", se lembra, amor?

─ Harry, estamos presos em um vagão prestes a morrer, pode parar de ser idiota apenas um instante? – Louis diz perto do meu ouvido, as pessoas novas me olhando meio estranho e dou de ombros. Não posso ficar muito ansioso que fico mais idiota, não consigo evitar.

─ Tá! – Resmungo. – Porra, vocês viram as carcaças. – Falo alto e todos me encaram. – Será que são canibais? Lembra do andarilho que me esfaqueou? Ele falou sobre canibais. – Os olhos de todos estavam arregalados e suspiro. – Pelo menos se nada der certo, vamos descobrir finalmente se sou uma delícia.

─ De onde esse garoto saiu? – O ruivo diz mal humorado, mal humor só combina com Louis Tomlinson, faço uma careta para ele.

─ Meu marido é bem mal e você não devia me irritar, ele pode te dar uma surra, não agora porque está todo ferrado, mas...

─ Harry! – Louis me traz para perto dele e decido me calar. Oli continua olhando pela fresta, ficar trancado é um pouco chato. Não quero pensar no que vai acontecer, que Louis pode estar perto do fim, Carl, Mich, Zayn, todos aqueles que aprendi a amar. Sasha pergunta sobre Tyresse, ninguém o viu, penso em Niall e Beth, queria os dois ali com a gente.

─ Alguém esteve com Beth Greene? Aquela loirinha com cara de anjo, mas blefa como ninguém, aposto que está por aí, botando para quebrar.

─ Beth Greene? Uma garota novinha e loira? – Rosita pergunta com seus cabelos presos de modo divertido, gosto dela, todos olhamos para ela afirmando. – Ela esteve conosco umas horas, a encontramos, de noite paramos e tivemos problemas, nos separamos e vimos quando um carro preto com uma cruz branca a levou.

─ E não foram atrás? – Pergunto bravo.

─ Não, nossa prioridade é manter o Eugene vivo, mas ela está viva.

Se Beth está viva, vamos nos encontrar mais uma vez, isso é uma certeza. Vamos sair desse vagão e achar Beth e Niall também, quero todos de volta. Sorrio esperançoso.

─ Armas, precisamos de armas. Mexam-se, cintos e lascas de aço do vagão, tentem qualquer coisa, precisamos ficar prontos para quando alguém aparecer. – Oli avisa determinado e todos começam a se mexer, me sento cansado e me encosto nas paredes do vagão, penso que coisas horríveis já aconteceram aqui, sinto um arrepio pelo corpo, odeio aquilo.

─ Vai, Harry, pega seu cinto e tenta alguma coisa, por que está parado? – Louis reclama.

─ Já tenho minhas facas e minha lanterna, mas não vou acender, estou economizando. – Aviso logo, nunca que fico sem minha lanterna e de novo, ganho todos os olhares. É muita gente para um vagão só, devia ter vagão para casal.

─ Facas? – Oli pergunta e puxo duas facas, uma de cada bota.

─ Quer me dizer como passou na revista com essas facas? – Louis me pergunta, reviro os olhos, é tão óbvio.

Caminhando Entre os Mortos | larry versionWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu