Escolhas.
Tamanho poder que foi dado às pessoas.
A cada um.
Permeando nas papilas de poderes que acreditamos nos pertencer, aquele miserável gosto de ser capaz de decidir aquilo que queremos fazer é doce como uma maçã recém madura que pode ser retirada diretamente da árvore sem quaisquer impedimentos se fazendo ainda mais atraente para nossas línguas ansiosas.
A vibração excitante que percorre cada canto do ser.
Deus se torna obsoleto, porque nós nos tornamos deuses.
As minhas emoções são os meus anjos serviçais.
Contudo, a mera decisão que se faz pelas próprias ansiedades emocionais em combustão debaixo da derme é uma simples chave que se mantém na paciência para abrir a mais absoluta inundação pelas consequências das nossas decisões.
Mordemos a maçã pela doçura.
Vomitamos logo depois.
Devido a sua podridão interna.
Olhamos para todos os lados buscando de alguma maneira um outro que possa ser o culpado de ter tomado a escolha por cada um de nós, não sabemos ver o nosso narcísico com tamanha imperfeição de erros e mais erros cometidos por decisões imprudentes motivadas por impulsos.
Encarar o próprio espelho rachado.
Gerando a repulsa.
Somos a perfeição do Criador.
A insustentabilidade de lidar com as nossas próprias avalanches conflitantes, levando ao paradoxo dessa insanidade, no qual damos àqueles que consideramos os nossos pequenos deuses o poder de limitar a capacidade de decidir para podermos manter a liberdade de escolher de acordo com os sentimentos.
Gostamos da maçã.
Odiamos o seu gosto apodrecido.
Mas ainda queremos continuar comendo-as.
Nesse jogo de extravasar seus excessos e, em sequência, preenchido por culpas e arrependimentos, é um prazer de viver sempre na linha limite que separa o inferno e o paraíso de se fundirem em apenas uma única mistura.
Bem perto dos portões do jardim eterno.
Próximo o suficiente para sentir o calor da liberdade que levará à agonia eterna.
Estar assim é prazeroso.
Repentinamente os meus pensamentos foram tomados por essas breves reflexões que ouvi a mais ou menos um ano atrás do meu professor de filosofia enquanto ele arrumava os seus materiais para poder encerrar o seu expediente daquele dia.
Era perto do fim da tarde.
Uma quinta feira de horário integral.
Sua aula era a última.
O seu rosto, de cor parda mais latente e com uma barba ainda por fazer, onde o branco e o preto contrastavam, enquanto os olhos pareciam maiores por causa de seus óculos no formato circular que lhe dava uma idade maior que possuía ainda é vívido em minhas memórias guardadas.
As linhas de expressão que percorriam todo o comprimento abaixo da pálpebra.
Cada traço demonstrando cansaço.
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Contenção: O Estopim
General FictionLuke é apenas um garoto órfão que está no seu último ano do Ensino Médio tentando manter sua rotina até a manhã de 26 de maio, em que o mundo conhecido por ele simplesmente deixa de existir para dar lugar ao caos carregado de morte, fazendo o viver...