Capítulo 9

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Os estilhaços se espalharam.

Gritos mortíferos se espalharam.

Seguidos de um som estrondoso de ossos quebrando com a queda.

Os pés do professor tinham acabado de tocar no chão quando as janelas que seguravam os monstros chegaram ao seu limite, sendo totalmente arrancada da parede, caindo sobre o pequeno telhado, junto com o amontoado de corpos que estavam despencando em direção ao solo em que estávamos a alguns instantes atrás.

Nós tínhamos começado a nos distanciar daquele local em que aterrissamos quando o barulho aterrorizante aumentou ainda mais o nosso pavor em relação ao momento que estava ocorrendo, fazendo com que todos nós encarássemos a cena tenebrosa que ocorria.

- Puta merda! – berrou Ananda.

Um pouco distante, outros se aproximavam.

Os sons altos das quedas chamaram a atenção deles.

Agora com o grito de Ananda.

Toda atenção daqueles seres estava agora focada em nosso grupo de quatorze pessoas.

- Corram! - gritou Andrei.

Eu, Davi e o professor Júlio ficamos por último, em um consenso silencioso, para que, caso o sacrifício fosse necessário, nós três seríamos os sacrificados, ou melhor dizendo, as iscas para atrair atenção dos tubarões.

Os sons de ossos sendo pisados.

Pisoteados.

Era tenebroso.

Júlio tentava encontrar algum objeto que fosse grande o suficiente para usar como ferramenta para causar barulho alto o suficiente na tentativa afobada de desviar atenção daqueles seres, que estavam ficando cada vez mais perto da gente.

Olhando de relance.

Muitos pedaços.

Restos expostos estavam largados sobre o concreto.

Sendo logo esmagados por pés pesados.

Mesmo com a correria insana, eu sabia onde estávamos, que era na região lateral da escola, em que fica um belíssimo jardim, que algumas freiras da igreja ao lado costumam cultivar praticamente todos os dias.

Flores coloridas.

Árvores grandes.

Tinha até mesmo uma pequena fonte.

Se quiséssemos conseguir sair daqui, precisaríamos dobrar à nossa direita, para alcançarmos as entradas da escola, porque o principal portão de entrada e saída era bem naquele ponto.

Na verdade, podia-se dizer que tinham quatro portões nessa escola, que são: o presente dentro do ginásio, o do final do jardim, o da entrada na qual estávamos tentando chegar e um que ficava na região do subsolo, que era uma garagem para os funcionários, como os professores, guardarem os seus veículos.

Seria muito mais fácil escapar daqui se as cercas de ferros não fossem tão altas e sem apoio para escaladas, porque, antigamente, alguns alunos usavam para escapar do colégio, deixando o corpo docente e os pais completamente loucos da cabeça, levando a administração da escola a tomar a decisão de fazer essa pequena alteração.

O pessoal mais a frente já tinha dobrado à direita.

O cansaço estava tomando conta do meu corpo.

Contenção: O EstopimWhere stories live. Discover now