Corremos o máximo que podíamos.
Nem olhamos para aquilo que nossas nucas podiam olhar.
Quase tropecei num pedaço de tronco largado na estrada.
Um ponto importante a se ressaltar era que nós todos tínhamos alcançado a via de número quarenta, que levava em direção à ponte, tendo apenas os asfaltos, porque era proibida a construção de residências naquela região.
Na realidade, havia em torno de cinco pontes nessa cidade, porque foi construído um enorme lago na época que a cidade ainda estava sendo erguida, o que aconteceu há, mais ou menos, uns cinquenta e cinco anos.
A ponte "Enseada", que ligava a parte norte com a sul, era a mais requisitada pelo turismo e essas coisas, devido a sua arquitetura moderna, com três arcos enormes, e havia pontes menores, como a "Dança da Lagoas", que servia para auxiliar na travessia impedida pelo córrego intenso que passava por ali, vindo de nascentes que iriam abastecer o lago artificial.
Nós estávamos na parte norte da cidade.
Ou privilegiada.
Indo em direção ao nosso oeste para conseguirmos finalizar a primeira parte do objetivo.
Após a ponte teríamos que seguir mais alguns quilômetros.
Eu e a minha mãe gostávamos de vir aqui justamente porque o movimento era mínimo, podendo assim apreciar a imagem do pôr do sol, junto à cidade ao horizonte, que se preparava para a noite.
Sempre ao fim do trabalho dela.
Final de tarde.
Às dezessete horas.
Percebi Thiago parando de correr, quase se jogando no chão por causa da dor no joelho, que o corroía, tendo uma expressão de mais absoluta angústia, fazendo com que todos nós parássemos no mesmo instante.
- Dor? – perguntei tentando recuperar o fôlego.
- Muita – disse Thiago com a voz embargada.
- Tirando a dor de Thiago, estão todos bem? – questionei.
Todos disseram que sim com as cabeças.
Olhei para o acostamento.
O céu continuava um nublado sombrio.
- Vamos nos sentar ali, pessoal – disse apontando para o lado da pista.
- Comemos e descansamos um pouco antes de voltarmos o trajeto – sugeri.
Eles me olharam com receio.
Se aquele homem tivesse nos seguido.
Thiago até mesmo fazia força para continuar.
- Relaxem, nos distanciamos o suficiente. Vamos apenas comer e logo depois continuamos, pode ser? – tentei passar calma com minha sugestão.
Eu não nego que tinha um receio enorme sobre o meu ser de que aquele homem atirasse outra vez, só que o endereço desses tiros fosse para nós quatro.
Mantive-me em alerta, contudo, a nossa fome também estava cobrando um preço elevado, nos forçando a parar de qualquer forma para nos recompor.
Caminhamos até a parte lateral.
Thiago se sentou com a perna esticada.
O restante, incluindo a mim, também se sentou.
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Contenção: O Estopim
General FictionLuke é apenas um garoto órfão que está no seu último ano do Ensino Médio tentando manter sua rotina até a manhã de 26 de maio, em que o mundo conhecido por ele simplesmente deixa de existir para dar lugar ao caos carregado de morte, fazendo o viver...