Intrigas;

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»Kim Dahyun«

Engoli em seco;

Não sei como, mas Sana conseguiu uma cópia da chave do banheiro feminino do time azul, e nos trancou no interior do cômodo. Não deveria ser surpresa, pois Sana tinha uma estranha influência nos funcionários do acampamento, sem contar com os diversos privilégios que normalmente simples campistas estavam longe de possuir, mas ainda assim isso me deixou nervosa.

Estávamos sozinhas agora, e de repente tomei consciência da burrice que foi deixar Minatozaki me ajudar nisso. O que exatamente ela tinha em mente? Como me ajudaria a tomar banho?

Você deveria ter dado alguma desculpa esfarrapada, bocó! Exclamei mentalmente, quando meu corpo enrijeceu pela visão de tê-la se aproximando com uma expressão divertida.

— Que? Está nervosa?

Comprimi os lábios.

— Por que você tem que tornar as coisas ainda mais estranhas?

A única reação da japonesa foi rir.

— Quem está tornando esta situação estranha é você, Dubu. Sou apenas uma boa amiga ajudando outra.

— Você não engana nem a si mesma com isso.

Ela riu mais uma vez, e deu mais alguns passos em minha direção, de forma que ficou a centímetros de distância de mim.

Eu estava encostada na parede para manter o equilíbrio e evitar que minha perna acidentada cedesse sob o meu peso, então não pude nem mesmo me distanciar da mais velha, sendo obrigada a fugir apenas do seu olhar, lançando o meu à um ponto distante.

— Vamos, não temos o dia todo. Tire a roupa.

Arregalei os olhos.

— Você disse que apenas me ajudaria no banho!

— E você toma banho vestida?

— O-olha...

— Ah, vamos lá — riu, tentando descontrair um pouco o clima desconfortável, mas nem seu semblante mostrava convicção. — Não há muita coisa aí que eu já não tenha visto… ou tocado.

Tive vontade de atacá-la com a minha muleta.

— Vou ligar o choveiro — anunciou, e enfim me devolveu o meu querido espaço pessoal.

Respirei fundo. Se eu continuasse relutante, isso nunca chegaria ao fim, e eu precisava mesmo de um banho. Ainda havia lama no meu cabelo, e sob minhas unhas. Na verdade, me analisando no espelho, notei que eu precisaria de mais que um banho para voltar a ter uma aparência decente.

De uma maneira muito bagunçada, eu tirei a blusa e larguei em cima da minha bolsa, e logo após o sutiã se juntou a ela. Enquanto tirava a calça, concluí que queria permanecer com a calcinha até ser necessário tirá-la.

Sana saiu de uma das cabines de banho e me analisou por um momento, seus olhos percorrendo o caminho dos meus cabelos até os pés. E então, se dando conta do que havia feito, a Minatozaki rapidamente desviou o olhar.

— Se isso fizer você se sentir mais confortável — comentou, em um tom baixo e calmo. —, eu vou fazer apenas o que me pedir.

Balancei a cabeça em concordância, consciente do fraco sorriso que se formou nos meus lábios.

— Obrigada.

Ela voltou a se aproximar, dessa vez para passar um dos braços ao redor do meu quadril, e me ajudou a caminhar — mancar — até a cabine onde o choveiro já estava ligado.

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