Vida ou Morte;

848 71 182
                                    

»Kim Dahyun«

Meu corpo pendeu para trás;

Mas eu rapidamente consegui agarrar o braço ao tronco e evitar uma queda feia. Suspirando de alívio, continuei a subir na árvore até alcançar o galho que pretendia, então sentei-me em cima dele após testar meu peso e comprovar que ele não quebraria e eu me tornaria um pedaço achatado de tofu, sujo pelas folhas secas lá embaixo.

Não era muito alto ali, mas ainda assim, me senti desconfortável por meus pés estarem afastados do solo.

O vento gélido e cortante da manhã atingia meu rosto como cacos de vidro, e eu só queria voltar para o chalé e dormir mais um pouco, até o despertador já programado para as missas me acordasse novamente. Mas eu não podia fazer isso.

Porque se eu voltasse para o chalé, teria de ver Sana. Claro, ir à igreja iria me obrigar a vê-la de qualquer forma, mas queria adiar aquilo o máximo possível.

E então estava ali, agindo como uma criança arteira, pendurada em uma árvore às sete da manhã apenas para não ter de encarar uma japonesa.

Arregalei os olhos quando perdi o equilíbrio mais uma vez, e jurei que dessa vez não havia escapatória, e eu ia apenas me espatifar no chão. Mas novamente consegui segurar firme, e após me reequilibrar, decidi que aquela péssima ideia era ainda pior do que eu tinha previsto.

Quando já estava próxima o suficiente do chão coberto por folhas e terra, pulei e atingi o solo com um baque seco; um impacto fraco, e quando olhei para cima, vi que não o galho em que estava sentada afinal era tão no alto. Envergonhada pelo drama, mas também contente por não ter me submetido incondicionalmente a uma altura perigosa, caminhei de volta para o espaço circular.

Após os acontecimentos da noite anterior, estava com receio de pisar no chão da capela e aquela construção antiga entrar em combustão, por isso apenas caminhei ao seu redor, até encontrar vários bancos baixos de pedra, espalhados no espaço curto que não era tomado pelas árvores atrás da igreja.

O vento não me atingia totalmente ali, mas ainda assim pude sentir parte dele bagunçando meus cabelos escuros e longos. Toquei levemente o cachecol vermelho que estava usando — espero não começar a gritar por um cara chamado Eren com isso — e agradeci mentalmente por minha mãe e seu estranho conhecimento sobre clima e tempo tê-lo colocado entre minhas roupas mais frescas.

Usar aquele adereço com certeza me faria parecer deslocada no meio dos campistas, ainda mais no verão, mas o cachecol foi o único meio que eu encontrei para cobrir a marca.

As marcas…

Quando eu fechava os olhos, ainda podia ver o interior daquele depósito: o pouco espaço que tinha ali dentro, obrigando Sana e eu a nos mantermos próximas. Podia ver a expressão da Minatozaki, e seu tom arrastado e extremamente sexy quando disse:

— Você pode me pedir pra parar, se quiser…

Mas eu sabia que nunca o diria, porque não queria que ela parasse. Sua mão livre passeava pelo meu torso, enquanto a outra tinha seus dedos enrolados aos fios de cabelo na minha nuca, erguendo meu rosto, forçando-me a fitar o seu de uma maneira que despertou em mim a sensação de excitação.

Seus lábios, que sempre me pareceram tão convidativos, eram os responsáveis pelos meus incontáveis arrepios, enquanto Sana beijava o meu pescoço com desejo.

Não só beijava. Quando ela mordeu a minha clavícula, meu corpo arqueou um pouco contra a parede, de surpresa, e fitei seus olhos castanhos, juntamente com aquele olhar intenso e viciante.

Acampamento A.GOnde histórias criam vida. Descubra agora