3°Capítulo

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Maju

[...]

— Mamãe? - olho pra porta encontrando a Bella parada nos olhando curiosa.

— Oi amor, a mãe disse para não sair do quarto. - Entrego uma camisa do César pra ele já que a dele tá muito suja de sangue, ele esconde a arma que estava sobre a mesa.

_— Os tiros pararam, por isso sair, quem é ele? Se aproxima e analisa o homem a minha frente. – Oi, eu sou a Isabella, qual o seu nome? - esqueci de falar pra vocês que a Bella é muito entrona, fala pelos cotovelos e sempre tem a resposta na ponta da língua, passo maus bocados com esse jeito dela, debochada, briguenta, encrenqueira são algumas das qualidades dela, se assim posso dizer e isso por que só tem 7 anos, mas é super carinhosa pelo menos isso né.

— Fala aí menorzinha, eu sou o VT. - A Bella franze o cenho e me olha, sei que ela vai falar alguma gracinha, conheço minha cria.

— Que nome feio! - Ela rir, o VT olha para mim e depois para ela rindo e nega com a cabeça. — Tá ouvindo mamãe? O tio disse que o nome dele é VT, sua mãe não gosta de você não né, tio? - ele cai na gargalhada, mas logo grunhe de dor, essa menina não perde uma.

— Bella não fale assim... - Ela dá de ombros e se senta ao lado dele, ela como não convive muito com as pessoas de fora sempre que alguém se aproxima ela puxa assunto, faz amizade fácil essa garota.

— Deixa ela mina...gostei de tu menor, contar um segredo só pra tu. - Ele fala algo no ouvido dela que ri confirmando com a cabeça, depois disso os dois entraram em uma conversa super divertida esqueceram até que eu também estou aqui, estou aqui com um bandido na minha cozinha batendo o maior papo com a minha filha, será que sou uma péssima mãe por tá achando isso normal? Ele é perigoso, está armado, mas me sinto bem como a muito tempo não me sentia, algo nele me passa confiança, vai entender.

— Qual o teu nome? - Ele pergunta depois de um tempo.

— Maria Júlia ou Maju como preferir. - Olho por cima do ombro.

— Pô Maju, pode me emprestar seu telefone, preciso ligar pra minha irmã. - Passa a mão nos cabelos depois me olha. - Já passou um tempo que a invasão acabou, ela deve tá preocupada.

— Ah sim, Bella vai pegar o celular da mãe. - Ela pula da cadeira e sai correndo, só anda assim essa menina, término de lavar os pratos enquanto o VT come um pedaço de bolo.

— Isso tá bom demais sem neurose, posso comer mais um pedacinho? - sorrio confirmando, nunca recebi ninguém na minha casa, mesmo não sendo uma visita normal pela primeira vez me sentir como as outras pessoas. — Pode comer à vontade. - A Bella entra na cozinha correndo com o celular em mãos.

— Aqui tio VT. - Ela entrega o celular e ele se afasta discando o número, ele segue para os fundos, devem tá me achando uma louca, dando tanta liberdade pra um bandido circular na minha casa, mas pra mim, se tratar a minha filha bem e respeitando ela e a mim, para mim, já está de bom tamanho. — Mãe posso assistir no seu quarto?

— Vai lá amor, depois a mãe vai ficar com você. - ela sai correndo, menina parece que é ligada nos 220.

Começo a preparar o almoço, depois de um tempo o VT volta me entregando o celular.

— Valeu aí pô, minha irmã já tá vindo, não quero te atrapalhar mais não, te devo uma, qualquer coisa que precisar pode contar comigo! - ele fala daquele jeitão dele, gesticulando com as mãos.

— Precisa agradecer não. - Dou um meio sorriso e ele volta a sentar, logo a Bella volta e os dois começam a conversar parece até que tem duas crianças, a Bella fez ele de gato e sapato nunca pensei em vê um bandido brincar desse jeito com uma criança, batem forte na porta me fazendo olhar pro VT apreensiva.

— É minha irmã, não se assuste com o jeito dela não.

— Fica, eu abro a porta, melhor não fazer muito esforço. - Vou até a sala às pressas, pois essa menina deve tá louca de bater desse jeito, deve ser só preocupação com o irmão, mas sério parece até que ela vai derrubar a porta, os vizinhos do jeito que são curiosos já devem estar todos nas calçadas.

— Caralho, demora da porra! – “Bruta” ela, estava esperando uma menina meiga de vestidinho cor de rosa entrar, mas não, olho pra mulher a minha frente e fico de boca aberta, puta que pariu... ela é linda, ela parece bastante irritada pois mau olhou pra mim, tá toda trajada de preto, de bermuda e camiseta, um slide nos pés, um boné enterrado na cabeça, sou muito observadora, o que mais chama atenção são as tatuagens espalhadas pelo corpo. — CADÊ ELE PORRA? - grita me tirando do transe, antes que eu pudesse falar o VT aparece.

— Caralho Tóia, já chega assim garota. - Ela me empurra e sai correndo em direção ao VT, nem pra me pedir licença, mulherzinha sem educação, diferente do irmão. — Porra garota, eu tô ferido. - Ele resmunga, fecho a porta e vou até o sofá, olho o jeito que ela trata o irmão toda preocupada, como eu queria ter alguém que se importasse desse jeito comigo, a Bella vem até mim e se senta ao meu lado com os olhos vidrados nos dois, ela enche o VT de perguntas ele mal respira se nota o nervosismo dela. — Calma tio, tô mec agora.

— Pô cara mó sufoco e tu nessa aí, vontade de quebrar tua cara. - não me julguem, mas essa voz me passou uma paz além do normal.

— lh, deixa dessa, nem cumprimentou a mina aí. - ele gesticula apontando pra mim, me levanto segurando a mão da minha filha — Me ajudou pra caralho tio. - ela se vira e me olha, seus olhos se fixam nos meus, ela tem um olhar marcante é aquele olhar que te deixa sem ar por alguns segundos...Ah, em que eu tô pensando, meu Deus! Ela tem olhar forte, de gente destemida, obstinada e que sabe onde vai chegar, desvio o olhar por alguns segundo, mas algo nela me atrai, acabo olhando novamente, parece que só existe nós duas ali, ela umedece os lábios fazendo minha garganta secar e meu coração acelerar, puta merda, o que é isso? — Caralho Tóia, tô falando contigo garota.

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MINHA MELHOR ESCOLHA (Romance Lésbico)Where stories live. Discover now