Nascido entre cifras e conjunturas, Jeon Jungkook sempre teve a música como parte de si mesmo; um lugar onde ele poderia habituar todos os seus sentimentos de uma só vez, um lar. E como um sonho a ser realizado, ele é convidado para participar de um...
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#SinfoniaAmornica
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Se algum ser razoavelmente normal me questionasse o que estou fazendo nesse momento, eu diria genuinamente uma única palavra: Refletindo.
Não sou o tipo de pessoa que gosta de pensar sobre coisas sérias, normalmente eu deixo essa parte com Taehyung já que minha mente é muito aleatória, mas desde que Jimin saiu pela porta do nosso quarto, eu me vejo deitado em posição fetal encarando fixamente a parede, como se de alguma forma fosse surgir uma boca de sua planície branca e me dar um dos conselhos mais sábios da vida.
Eu espero muito tempo por isso, mas não acontece. Na verdade, quando me dou conta de que esse conselho nunca irá vir, já são sete horas da manhã, já no dia seguinte.
Não tenho muita certeza do horário o qual peguei no sono, apenas sei que quando acordo, Jimin não está no quarto. Para ser sincero, a sua cama está exatamente da mesma maneira que ele deixou ontem ao sair.
Demoro um pouco até que eu crie coragem para me levantar e fazer as minhas necessidades matinais, só que parece que a minha energia antes caótica decresceu em uma bela linha retilínea, como um tobogã recaindo diretamente no inferno.
É por isso que eu tenho que lutar com o meu humor levemente questionável para poder escovar os meus dentes e tomar um banho. Quando saio do banheiro, dou uma olhada em meu celular, encontrando algumas mensagens no grupo da orquestra, mas são apenas alguns links que um dos membros compartilhou, algo relacionado a escalas do piano ou algo do tipo. De qualquer maneira, não há nenhuma nova informação sobre quando iremos voltar a ensaiar, então apenas ignoro as outras dezenas de chats esperando para serem respondidos e enfio o celular dentro da minha calça, ainda pensativo.
Por que Jimin me beijou? Por que ele quer tanto que eu fique longe dos assuntos da orquestra? Por que Taehyung quer voltar para a Coreia? O que os dois sabem que eu não posso saber? O que Park está escondendo? O que está de fato acontecendo? O que Jacob disse a Hy?
São tantas perguntas sem respostas que eu me encontro em uma espécie de buraco sem fundo, sem esperanças. A sensação se assemelha a quando vamos cagar, porém a bosta simplesmente fica presa no meio do cu e você não pode nem fazer ela voltar, e nem expulsá-la. Dessa forma, a sua única saída é sentir a merda rasgar a sua carne até que, de fato, caia dentro da privada.
Claro que é difícil eu conseguir traçar um paralelo entre a bosta, o cu, a orquestra e eu, mas acredito que se a situação fosse mais próxima, eu seria o cu, e a bosta, essa onda de violência que vem crescendo dentro do teatro.
Eu realmente não entendo.
Após tanto tempo parado no meio do quarto, tentando se alguma forma conseguir pensar em algo que me ajude a resolver esse mistério sem fim, simplesmente decido largar a minha toalha em cima da cama e sair do quarto, parando em outra porta no mesmo corredor que o meu.
