Capítulo Dezessete

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Ficou naquela posição de derrota por minutos o bastante para as lágrimas secarem em suas bochechas e sua mente tomar uma consciência repentina de que deveria ficar de pé, uma vez não havia sentido em manter-se de cabeça baixa. Era humilhante sua postura, não era digna do Delator de Copas.

Assim que saiu do banheiro com uma toalha enrolada nos quadris, viu Sam de pé, a um metro de distância da porta, com a expressão confusa e a cachorra suja nos braços.

Ele limpou a garganta ruidosamente e fungou rapidamente.

— Filho, papai te deu um banho não tem mais de trinta minutos — começou, constrangido. — Eu não te disse que daríamos banho na Algodão Doce amanhã?

Algodão Doce. Não era o nome mais comum para cães, mas Jimin e Sam passaram todo o trajeto de volta para casa pensando em um nome que ambos concordassem e por fim, a cadela foi batizada de Algodão Doce. Não tinha nada de algodão ali e ele duvidava que fosse doce.

— Coloque ela no chão, Sam.

Seu filho negou rapidamente e deu um passo para trás.

— Ela está suja, Sammy. Já demos comida e água, ela vai ficar bem até amanhã.

Sam negou mais uma vez antes de caminhar suspeitosamente até a porta. Seu filho não era teimoso, nunca foi e ainda que ele desejasse as pirraças de Sam, aquele comportamento pareceu repentino demais. O seguiu em passos pausados, cada vez que aproximava um passo, seu filho afastava outro.

— O que há de erra... do — o péssimo odor incomum adentrou suas narinas. Ele congelou no mesmo momento, fechou os olhos e empertigou a coluna.

Não. Não. Não. Aquilo não era o que ele estava pensando que era.

Abriu os olhos, quando seu filho notou que ele estava parado, veio até ele, segurou uma de suas mãos enluvadas e tentou puxá-lo para fora do quarto. Ele entendeu tudo. Seu filho estava tramando.

— Você não me engana Samuel — assim que disse as palavras, seu filho o encarou com precisão e confusão. Por um momento ele esqueceu-se que por erro da responsável pelas certidões de nascimento, que por sinal só descobriu ter problemas auditivos após a certidão de Sam, seu filho não recebeu o nome planejado. Dessa forma, era quase impossível parecer sério quando o nome de seu filho era um doce apelido. — Sam. Eu disse Sam. Mas não mude o assunto aqui, garotinho. Onde está?

Sam soltou sua mão de forma hesitante e então apontou para o outro lado do quarto. Bem sobre suas pantufas brancas. Bem ali, especificamente ali, tinha um monte de merda amarronzada e líquida.

— Park Jimin... — Sussurrou entre dentes.

Ah, Jimin. Ele tinha certeza que se o visse naquele momento, entregaria o balde e o sabão. Quando voltou a olhar para o filho, Sam abraçava a cadela como se fosse um urso de pelúcia e nos lábios, um sorriso completamente cúmplice.

Jimin se safou de receber uma ligação apenas por causa da expressão de seu filho. Ele simplesmente era incapaz de ficar bravo com Sam. Então, suspirou. Aquela não foi a melhor ideia.

[...]

Hoseok deixou duas cervejas sobre a bancada e guardou as outras na geladeira, Jimin abriu as caixas de pizzas e despejou ketchup e maionese sobre ambas para facilitar o processo. Finalmente ele tinha conseguido aquela noite livre para passar com seu amigo.

Depois que saiu da casa Jeon, foi para o hospital e aproveitou para convidar Hoseok. Se não o fizesse, aparentemente eles nunca teriam uma noite juntos e ele precisava de seu amigo, precisava conversar.

O Delator de Copas - JikookWhere stories live. Discover now