Capítulo Treze

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Capítulo Treze

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#NaoConfieNasCartas

#FantasmaJeon


Enfiou a caneta em um dos bolsos de seu jaleco e empurrou sua cadeira para trás, fazendo um barulho fragoso contra o assoalho. Ele deixou sua sala de lado quando o relógio avisou sua hora para fazer refeição antes de atender mais alguns pacientes, porém ele não estava com fome, na verdade ele precisava de um chá naquele inverno e talvez um pedaço de bolo de cenoura. Bolo de cenoura nunca foi seu favorito, mas seu apreço pela sobremesa começou a crescer desde a manhã daquele mesmo dia.

— Doutor Park?

Ele elevou o olhar e somente quando viu a enfermeira abrir um sorriso em sua direção, percebeu que estava sorrindo também. Deveria ser coisa dos neurônios reflexos.

— Sim.

Ela se aproximou, ainda com o sorriso mais complacente.

— Há apenas um paciente às nove — entregou um prontuário médico. Jimin começou a ler as informações com atenção. — É o Davi.

— Vou mudar o horário das consultas dele a partir da próxima semana, tudo bem?

— Claro — ela moveu o corpo de um lado para o outro de modo sugestivo, estava prestes a perguntar algo. E o fez: — Doutor Park, por que não pede ao diretor para começar a trabalhar em atuação ambulatorial ou sobreaviso?

— Hm, isso é quase que sobreaviso, a diferença é que me habilito a ficar no hospital durante todo o dia — moveu os ombros. — Gosto de ficar aqui, me sinto responsável por usar esse jaleco.

Ela permitiu-se rir, ele a acompanhou.

— Como se a ausência dele o fizesse menos efetivo.

Jimin trocou mais algumas palavras, entregou o prontuário e direcionou-se ao restaurante. Durante o caminho ele pensou nas palavras da enfermeira que o ajudava. A atuação do psiquiatra era basicamente ambulatorial, mas é claro que ele podia atender em plantões ou ficar disponível ao atendimento, ainda que ele não esteja no hospital. Havia também a possibilidade da atividade pericial, mas ele nunca foi o mais amante daquela área, diga-se de passagem. Ele gostava dos plantões, mesmo que naquele momento tivesse um caso VIP e suas horas no hospital tenham sido reduzidas, ele gostava de estar ali. A maioria das pessoas tendiam a pensar que a ala psiquiátrica fosse o terror dos hospitais, mas ali era bastante calmo, se ele pudesse julgar uma ala como sendo a mais barulhenta, com certeza julgaria a ala de emergência e cirurgias. Sempre havia muito sangue, dor, gemidos e pessoas desesperadas chorando. Ele não visitava muito aquela parte do hospital, não era necessário, mas precisava atravessá-la sempre que seguia rumo ao restaurante.

Parou de caminhar assim que entrou na ala citada, as mãos engolidas pelos bolsos e face serena até ele ver as luzes vermelhas da ambulância parada próxima às portas de vidro que foram abertas pelos paramédicos apressados — era quase sempre assim. Os últimos puxaram uma maca de dentro do carro mostrando um corpo ensanguentado. Rapidamente tudo se tornou uma mistura sem ritmo, sons das sirenes, o choro descontrolado e infindável, rostos apavorados e passos apressados criando o cenário mais desarmônico. Jimin viu um dos paramédicos segurando o reanimador manual pulmonar sobre o nariz e boca do paciente, também viu as roupas escuras familiares, contudo seu coração vacilou somente quando viu as luvas.

O Delator de Copas - JikookDonde viven las historias. Descúbrelo ahora