O Delator de Copas - Jikook

Capítulo Sete

Capítulo Sete

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Ele estava preso na estaticidade havia cerca de três minutos, sua visão estava fixada na pintura infantil sobre a tela branca que ele segurava numa altura considerável. Era sábado, naquele dia da semana, a visita na residência Jeon era feita pela parte da manhã, com o objetivo de não atrapalhar a maior parte do dia da família que ali residia.

Passou o olhar para Sam que o esperava quietinho e então sorriu grande, estendendo uma das mãos para que pudesse guiar o garoto para fora daquela sala.

— Você quem fez tudo isso? — Caminhando pelo corredor em passos pausados, ele ainda observava a tela. Jimin sabia que Sam não tinha feito tudo sozinho, os traços daquela silhueta de morcego amarelo não eram infantis, mas precisava estimular a fala em seu paciente.

Sam negou com a cabeça, sacudindo os cabelinhos soltos escuros, que normalmente eram penteados num topete lateral com gel, no mesmo impasse, o garotinho de cinco anos elevou o braço livre, apontando para algo com o indicador.

Jimin cessou os passos, seu olhar fez toda a trajetória que o indicador de Sam estimulou, então no minuto seguinte seu peito foi preenchido pelo constrangimento. Jungkook estava estático a alguns metros, as mãos enluvadas estavam juntas no primeiro botão da camisa preta social, seu abdômen estava exposto, seus olhos pareciam querer saltar para fora e as bochechas continham um tom rosado. O doutor Park virou a atenção para a parede ao lado e pela visão periférica, viu Jungkook virar-se de costas.

— Perdoe-me, Jeon.

— Eu não sabia que você viria pela manhã.

Jimin conseguiu identificar a contenção no meio daquelas palavras. Jungkook, muito provavelmente, estava se segurando para não praguejar na presença do filho.

— Deixei meus horários com a senhora Daeha, ela deve ter se esquecido de informá-lo — ainda pela visão periférica ele viu Jungkook virar-se de frente novamente.

Passou o olhar para o homem, ali na sua frente já não existia um Jungkook constrangido e com abdome à mostra. Jimin se sentiu curioso, ainda que o ocorrido tenha sido rápido, ele não conseguiu ignorar o pequeno hematoma recente localizado sobre o estômago do detetive, isso efetivamente o fez querer ligar para seu irmão. Ele sabia que Taehyung tinha saído com Jungkook por causa de uma emergência e se o último estava machucado, a probabilidade de seu irmão também estar era grande.

— Por que não mandou-me uma mensagem?

— Ser um detetive não o permite tanta liberdade, suponho. Não achei necessário.

— Você pode me escrever quando quiser, Park. Sempre mantenho meu celular perto para o caso de algum problema com o Sam ou emergência do trabalho.

Soou assertivo. Jimin manejou a cabeça positivamente.

— Tudo bem — suspirou. — Hm, está de saída?

— Meu inspetor me deu folga. Por quê? — O olhar desconfiado era predominante na expressão do detetive.

— Ótimo! Quero falar sobre a pintura e sobre alguns hábitos que precisam ser corrigidos — abaixou-se ao lado de Sam e pincelou o narizinho pequeno. — Você já comeu?

— Ainda não — Jungkook respondeu, o som dos sapatos contra o assoalho aproximando-se sem qualquer pressa. — Eu estava indo buscá-lo para levá-lo à cozinha.