quarentena e nove

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Existe machucados no meu coração, feridas de tudo que sofri, perder minha mãe para aquela vida de gangue, perder meu pai, ter um relacionamento tóxico e abusivo com Dylan, ser sequestrada e passar dias num pesadelo da onde não imaginava sair viva, eu já senti a morte andar ao redor de mim várias vezes, tenho medo todos os dias do que pode acontecer, em todos esses momentos de dores eu pensava: é agora que eu morro? Sempre senti uma parte de mim querendo morrer mesmo, mas a outra parte nunca desistiu, mesmo sendo pequena havia esperança, esperança de uma vida melhor, de um futuro feliz. As vezes também penso no "e se..." e se minha mãe tivesse aceitado a oferta do meu pai, abandonar aquela vida que ela levava e se mudar com ele pra longe, eu teria eles aqui ao meu lado? E se minha mãe não tivesse morrido naquele dia, ela teria acordado no hospital e perceberia de uma vez por todas que aquelas pessoas jamais foram sua família? E se mesmo depois da morte da minha mãe, eu me mudasse e meu pai nunca tivesse câncer, estaríamos vivendo ainda em Nova York, seríamos felizes? E se...o Dylan nunca tivesse levantado a mão pra mim, estaríamos agora casados e felizes, com uma família completa com filhos e uma casa linda? E se...e se... Se tudo isso tivesse acontecido, meus caminhos e os do Oscar ainda se cruzariam? Eu sempre acreditei que se as coisas acontecem tem um motivo, uma razão, e apesar de eu querer com todo meu coração meus pais aqui comigo, eu entendo que a passagem deles por aqui já acabou, mas sei que sempre estiveram cuidando de mim, eles sempre foram meus anjos da guarda, e eu acredito que foram eles que colocaram Oscar no meu caminho, eu encontrei o amor verdadeiro no lugar onde nunca imaginei, eu sou totalmente apaixonada por um ganguester, pela porra de um Santo, mas é o meu Santo, e eu acho que não vou conseguir mais uma dor que seria deixar o meu grande amor, eu não sei o que ele vai fazer depois que descobrir minha gravidez, se ele vai realmente agora sair daquela gangue ou se ele vai querer continuar. Tudo que eu mais queria era poder pular nos braços dele e falar que ele vai ser pai e eu imagino ele ficar todo feliz, me girar, gritar de felicidade e dizer que me ama e dizer que fará de tudo pela nossa família, mas caso ele decida não deixar aquela vida, eu sei que pode parecer bastante egoísmo da minha parte, mas eu não estarei disposta a colocar a vida do meu filho em risco, tenho que pensar nele agora e buscar dar a ele a melhor vida e educação. Mas espero de verdade que as coisas não cheguem a esse ponto, por que acho que deixar o amor da minha vida seria a decisão mais difícil...

Assim que me aproximo das portas do hospital elas se abrem automaticamente, o ar ligado me faz arrepiar um pouco assim que entro e sinto o clima uma pouco gelado, mas também não dava pra julgar, já que lá fora fazia bastante calor.

- Bom dia, vim buscar meu exame. - Informo a recepcionista e me recebe com um sorriso sem mostrar os dentes.

- Bom dia, seu nome por favor. - Ela desvia seu olhar para o computador.

- Lexi Cooper Finnie.

- Ah sim senhorita Cooper, seus exames estão prontos, só um minuto que vou buscar, pode aguardar sentada se quiser. - Ela se levanta e no final sorri novamente e se vira para ir atrás do meu exame. Caminho devagar até um pequeno sofá que tinha ali, na minha frete tinha uma mulher grávida e uma criança pequena ao seu lado no chão, brincando com uns carrinhos. Fico os observando a mãe lendo seu livro de maternidade enquanto o menino brincava tranquilamente no chão.

- Oi amor, estou atrasado? - Um homem entra e corre ao encontro da mulher, ele a beija e toca sua barriga.

- Não meu bem, chegou na hora certa, logo serei chamada. - Ela explica com um sorriso e o homem parece aliviado.

- Papai olho só o que meu carinho faz. - O menino se levanta e gira com o carrinho na mão e o pais dele o olham rindo, pego uma revista na mesinha ao meu lado para não parecer uma maluca psicopata olhando eles.

Amor De Um Gângster || Oscar Diaz - CONCLUIDA Where stories live. Discover now