trinta e quatro

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Eu aproveitei minha vida? Essa era a pergunta que eu sempre fazia a mim mesma, mas nunca encontrei resposta para um simples pergunta, acho que não aproveitei o suficiente o que a vida oferece, viver pode ser lindo como pode ser difícil, muito difícil. A vida pode ser bela para alguns e para outro viver pode ser o pior pesadelo que existe, eu acreditava nisso quando as coisas estavam difíceis, meus pais mortos e está ao lado de alguém que não me dava valor e me agredia. Se eu estivesse a beira da morte à um ano atrás eu não gastaria minhas forças lutando, iria morrer pois não teria mais nada o que me prender nessa terra, eu acreditava que era amaldiçoada, que tinha nascido para sofrer, acreditava que tinha feito algo terrível e estava sendo punida, mas agora tem algo diferente, a morte é fria, escura e solitária, e a única coisa que consigo pensar é que não aproveitei o suficiente, antes minha vida era preto e branco mas alguns meses atrás por um motivo ruim me mudei novamente para minha cidade natal, reencontrei minha família, fiz amizades, curtir festas, arrumei um emprego com colegas legais e divertidos e o melhor eu encontrei um amor, um amor verdadeiro, o tipo de amor que eu só lia em livros e via em filmes, aquele amor que não te deixa ansiosa e sim que te acalma apenas com um toque sobre sua pele, um amor que apenas com um beijo e um sorriso alegram meu dia, eu acreditava que já sabia o que era o amor antes mas estava errada, o amor que sinto pelo Oscar é o amor mais verdadeiro que senti, então não posso. Não posso partir e deixa-los, eu ainda não aproveitei o suficiente, eu ainda não abracei a Monse o suficiente, não brinquei e ajudei o cabeça dura do César, ainda não ri de todas as piadas do Jamal, ainda não escutei todos os raps as vezes ruins do Ruby, ainda não curtir o suficiente com Jasmine, ainda não vi a bebê da minha melhor amiga e presenciei a felicidade do casal de amigos que amo, ainda não vi a carreira do Simon decolando, ainda não vi Abuelita soltando a franca nas festas e ainda não beijei o suficiente ou disse o quanto meu amor por Oscar é grande.

Essa não é minha hora, eu tenho algo que me prende aqui e vale a pena minha luta.

Abro os olhos devagar até me acostumar com a luz branca no meu campo de visão, assim que me acostumo olho ao meu redor percebo uma agulha na minha mão esquerda ligado ao soro, na cômoda ao meu lado tinha rosas brancas e lírios e alguns cartões escrito com letras grandes: "Fique boa logo" , "Nós te amamos" , " Feliz ano novo", "Sentimos sua falta" , um sorriso se forma em meus lábios e uma lágrima me escapa. Olho para o sofá azul que tinha a minha direita embaixo da janela, onde mostrava que o sol brilhava lá fora, observo Oscar dormindo, um coberto azul sobre si, sorrio vendo o quanto ele dormia profundamente. Nisso a porta é aberta e Abigail entra assim que me vê abre um sorriso de orelha a orelha, eu a conhecia sabia que estava com vontade de gritar então levo meu dedo aos lábios em sinal de silêncio e aponto para Oscar, a mesma logo entende vindo até mim sem fazer muito barulho.

- Que bom que acordou, estávamos todos com saudades desses olhos lindos. - Ela sorri acariciando meu rosto.

- Obrigada, a quanto tempo estou aqui? - A mesma suspira o que me deixou nervosa.

- Você ficou inconsciente por duas semanas, devido a perda de sangue achamos que acordaria em algumas horas mas acabou sendo dias, a bala quase atingiu sua veia cava inferior mas também estava com algumas hemorragias internas causada pela agressão do seu ex namorado. - Arregalo os olhos, como ela sabia? - Seu namorado nos contou fico triste por ter passado por tudo isso, mas todos sabíamos que era guerreira e que não iria desistir de lutar, sua prima e os amigos vem visitar você depois da escola e passam a tarde aqui jogando cartas e as vezes discutindo, Keila e o marido também visitavam com frequência mas na semana passada Keila deu a luz a uma menina linda. - Levo as mãos até minha boca sorrindo.

- Hope nasceu? - Ela acente.

- Já o grandão aí não saia do seu lado, foi uma luta pra sua prima e o namorado convencerem ele de ir pelo menos para casa tomar um banho, mas um dia o pai dele veio até aqui e ele cedeu e foi para casa mas logo voltou acho que ele não suporta a ideia de ficar longe de você. - Ela olha para Oscar e depois para mim. - Ele te ama viu. - Sorrio olhando para ele que parecia estar em um sono profundo.

Amor De Um Gângster || Oscar Diaz - CONCLUIDA Onde as histórias ganham vida. Descobre agora