Epílogo⁵

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LEON
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— Leon, para de mandar eu me acalmar ou juro que vou socar sua cara.

Não consigo segurar a risada que me escapa por causa do tom raivoso da minha esposa. Ela está ficando cada vez mais furiosa enquanto as horas vão passando. E sei que uma risada só vai piorar seu temperamento, então para tentar sumir com ela, toco a pele do ombro de Caswell com meus lábios e mordo de leve a língua.

Controlado, murmuro no ouvido dela:

— Se fizer isso…tudo bem, vou te perdoar.

— Para de ser tão compreensível, droga!

Ela dá um tapa na minha perna e eu dou um beijo na sua bochecha.

— Alguém tem que estar calmo aqui.

Opa, falei a palavra proibida de novo.

— Puta que pariu, volte a fazer a maldita massagem!

Caswell solta um resmungo, mas pelo menos não me ameaça novamente e, para isso não acontecer, volto a fazer a massagem em seus ombros e costas.

Já faz nove horas que ela está tendo contrações. A primeira veio antes do jantar e junto aconteceu de a bolsa estourar. Foi uma grande felicidade e houve vários gritos de ansiedade. Só que a dor foi piorando com o passar das horas e Caswell foi ficando irritada por causa do cansaço, então acabou a felicidade por um tempinho — para ela, porque ainda estou em êxtase e esse sentimento não vai desaparecer. Para ajudar minha esposa, só posso aliviar um pouco a dor com uma massagem, sentado atrás dela na cama. Ela está gostando, mas não dá para acabar com a irritação e o cansaço, é uma consequência do trabalho de parto.

— Por que eles não saem logo? — Caswell choraminga, sentindo dor por causa da contração. E então vem um ataque de medo. — Será que tem algo errado?

Eu também podia pensar isso, tendo medo do que pode acontecer com nossos bebês, mas estou calmo porque Roman vem checa-lá de meia em meia hora e diz que está tudo bem, que tudo está progredindo da forma certa.

Agarro a mão dela imediatamente e acaricio sua palma enquanto falo com uma voz suave:

— Roman e eu já lhe dissemos que isso é normal. — beijo duas vezes sua mandíbula, tranquilizando-a. — Logo eles vão sair, tenha…

Paro antes de falar a palavra proibida e Caswell vira o rosto para me olhar com raiva, mas em seguida suas sobrancelhas se franzem e ela solta uma pequena risada por causa da situação. É isso aí! Estou sendo muito bem sucedido na minha tarefa de acalmá-la.

— Eu sabia que seria difícil…afinal, é um parto…mas estou muito cansada. — Caswell solta um suspiro. — Não queria estar sentindo nada disso, só a felicidade.

Me aperta o coração vê-la dessa forma. Se eu pudesse fazer mais para tirar toda essa dor dela, eu faria. Se eu pudesse trocar de lugar com ela, eu faria. Mas não é possível e eu tenho que encontrar outros meios para apoiá-la nesse momento.

— Algumas felicidades só vem depois da dor. — digo para ela, tentando confortá-la. — E estou sendo bobo, eu sei, mas tô me sentindo muito culpado por não poder te ajudar mais. Desculpa.

É uma surpresa quando Caswell começa a rir. Eu estava esperando irritação ou silêncio, mas não essa risada alta — o que é muito bom ouvir, claro.

— Você está sendo bobo mesmo. — Caswell diz entre o riso. — O marido mais apoiador de todos pedindo desculpas por nada. Isso é hilário.

Sem saber o que dizer, rio junto com ela.

Vingança DivinaWhere stories live. Discover now