Capítulo 72

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MARIGNY
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Quando quatros feiticeiros saem correndo pelo portal antes que ele desapareça, sinto o medo percorrendo minha espinha. Não consigo evitar, não consigo afastar o medo.

Eles conseguiram invadir os terrenos do castelo.

Aproveitaram o tremular do poder do campo de proteção e conseguiram abrir um portal aqui. Foi por poucos segundos, segundos que trouxeram inimigos para dentro do nosso terreno.

Quatro soldados podem ser poucos, mas soldados feiticeiros? Isso é muito ruim, principalmente quando estamos tentando proteger os muros.

Os soldados que estão lá embaixo, nos pátios, correm imediatamente até eles com suas armas e seus poderes prontos para um ataque, mas os feiticeiros fazem um feitiço em conjunto e conseguem jogar todos para trás. Então eles convocam um feitiço de fogo e começam a incendiar todos aqueles que estão ao seu redor. Os soldados caem mortos no chão, em um círculo perfeito de cinzas.

Meu medo vai embora para dar lugar a fúria.

Eles não vão entrar aqui e matar os aliados com seus feitiços, de jeito nenhum. Marcaram sua sentença de morte assim que resolveram abrir aquele portal.

Antes que eu perceba, estou correndo pela ponte e indo até a escada.

— Marigny! Deixe que os soldados cuidem deles!

Ouço Eudora gritando, me advertindo, mas não a escuto. Sei que ela é nossa comandante, mas não vou deixar os soldados lutarem sozinhos com esses inimigos. Eles não são feiticeiros. Muitos vão acabar mortos pelos feitiços antes que os feiticeiros sejam impedidos. E Eudora não vai tirar os nossos feiticeiros da tarefa de proteger os muros, não agora, porque tem os soldados que deviam cuidar do pátio. Quando ela decidir fazer isso, já vai ter vários mortos.

Eu preciso ajudá-los. Vou impedir esses quatro cretinos.

Descendo a escada com velocidade, passo pelo labirinto de soldados que estão correndo em suas tarefas e vou em direção aos feiticeiros inimigos.

Eles ainda estão lutando juntos e mantendo os soldados afastados, porém, quando consigo chegar neles, vejo um sendo atingido por uma lança no ombro e a arma pegando fogo um segundo depois, incendiando o corpo do feiticeiro bem rápido e o matando. É uma vitória, mas o soldado que conseguiu essa façanha é morto por um dos feiticeiros. Com um feitiço, ele levitou as armas caídas no chão e jogou a maioria no soldado.

Cheguei tarde para impedir mas, sendo rápida no meu feitiço, consigo impedir que os soldados próximos ao homem caído acabem mortos pelos resto das armas enfeitiçada. Coloco um escudo protetor neles que faz as armas virarem cinzas antes de atingi-los. O feiticeiro impedido procura quem fez isso e, quando me encontra no meio dos soldados, me lança um olhar mortal.

Confesso que aquele arrepio na espinha volta, mas minha fúria e determinação é muito maior que isso.

O feiticeiro nem tem tempo de concluir seu pensamento de me fazer seu novo alvo. Com a proteção que fiz, os soldados conseguem botar em ação um ataque contra ele. Distraído me olhando com raiva, o inimigo só percebe as várias plantas correndo pelo chão quando elas rodeiam seus pés e o puxa para baixo. Ele não tem chance de se proteger, as plantas cobrem todo seu corpo, principalmente seus braços, suas mãos e sua boca. Nada de feitiço para ele. Os soldados puxam ele para longe dos seus dois companheiros bem rápido e vão para cima dele com suas armas.

Desviando o olhar deles, foco nos dois restantes. E penso no feitiço perfeito para impedi-los.

Andando entre os soldados, me escondendo no meio deles, invoco o feitiço. Quando ele está pronto, bato minhas mãos e uma força poderosa corre em direção aos inimigos, derruba-os no chão com tudo. Difícil não lembrar de quando usei esse mesmo feitiço para derrubar um deus antigo. Dessa vez, tive que fazer o feitiço ter uma força menor, para que não acabasse atingindo os aliados. Mas deu tudo certo.

Vingança DivinaTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon